MÚSICA

Um Homem Carinhoso

O legado de Pixinguinha tem sido reverenciado em Brasília quando levado ao público de diferentes formas

Irlam Rocha Lima
postado em 23/11/2021 06:00
 (crédito: Pixinguinha / Divulgação)
(crédito: Pixinguinha / Divulgação)

Ao assistir, com interesse e admiração a Pixinguinha — Um Homem Carinhoso, filme de Denise Sarraceni sobre a vida e a obra do carioca Alfredo da Rocha Vianna Filho — em cartaz nos cinemas da cidade —, me veio à mente o quanto o brasiliense cultua o genial compositor, flautista e saxofonista, que é tido como o pai da música popular brasileira. Ele não chegou a vir à capital, nem mesmo nos primórdios, quando, em históricos saraus no Catetinho, o presidente Juscelino Kubitschek se via cercado por grandes músicos, como o violonista Dilermando Reis.

Em compensação, o legado de Pixinguinha tem sido reverenciado em Brasília quando levado ao público de diferentes formas. Ele dava nome a um projeto que durante a década de 1970 e em parte dos anos 2000 trouxe para palcos locais artistas diversos — de Cartola a Zezé Motta, de Paulinho da Viola a Marina Lima, de Clementina de Jesus a Luiz Melodia — que fizeram shows memoráveis. Em junho de 1979, a Funarte promoveu a Feira Pixinguinha, com a participação de cantores e compositores candangos, entre os quais Renato Matos, Didi Milfont, Sérgio Duboc e o hoje cineasta Argemiro Neto.

Na maior exposição já realizada no país sobre o autor de clássicos da importância de Fale baixinho, Lamentos, Naquele tempo, Rosa e Urubu malandro, ocorreu aqui, entre 27 de março e 6 de maio de 2012, nas instalações do Centro Cultural Banco do Brasil. Idealizada pela produtora Lu Araújo (que contou na montagem com o apoio de Marcelo Viana, neto do mestre), a mostra reuniu 800 fotos, objetos pessoais, instrumentos originais e documentários, entre outros itens. Uma das salas era dedicada a Carinhoso, o antológico choro, o hino à MPB, ouvido em diferentes versões nas vozes de Francisco Alves, Orlando Silva, Elizeth Cardoso, Elis Regina e Caetano Veloso.

O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, data de nascimento de Pixinguinha. Em 1997, quando da celebração do centenário desse imortal brasileiro, o seu riquíssimo repertório foi revisitado por alguns dos mais importantes instrumentistas brasileiros no primeiro projeto anual do Clube do Choro de Brasília, Hoje, quem vai à moderna sede da instituição, no Eixo Monumental, pode apreciar numa das paredes do Café Musical, um belo painel com a imagem do Homem Carinhoso, mostrado no filme, em traços do artista plástico Cipriano.

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