VISÃO DO CORREIO

A eficácia das vacinas

Estudo mostra que as 4 vacinas contra o coronavírus aplicadas no Brasil apresentam eficácia de 83% a 99% contra casos graves e mortes pela covid-19

Correio Braziliense
postado em 19/12/2021 07:00
 (crédito:  Breno Esaki/Agência Saúde-DF)
(crédito: Breno Esaki/Agência Saúde-DF)

Um estudo publicado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na última quarta-feira traz, em meio à pandemia que já ceifou a vida de quase 620 mil pessoas no país, uma boa notícia para os brasileiros. Mostra que as quatro vacinas contra o coronavírus aplicadas na população com idade de 20 a 80 anos — CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen — apresentam eficácia de 83% a 99% contra casos graves e mortes pela covid-19. A taxa é maior do que apontavam os testes iniciais feitos com voluntários.

Além da boa notícia, a constatação dos pesquisadores da Fiocruz responde, pelo menos em parte, a uma questão que intriga cientistas mundo afora: por que a delta, a mais letal das variantes do coronavírus identificadas até agora, não teve no Brasil o mesmo efeito devastador que assola hoje os Estados Unidos, a Europa e a Ásia, levando dezenas de países a adotar restrições mais duras que as tomadas no início da pandemia? Como se supunha, a explicação está, certamente, no avanço da campanha de imunização tupiniquim.

Um dado recente: um dia depois de a pesquisa ser divulgada pela Fiocruz, os Estados Unidos registraram 146 mil novos casos da doença e 1.157 mortes; o Brasil, 3.720 infecções e 145 óbitos. Vale ressalvar que, nesse dia, devido a problemas provocados por invasão hacker a sistemas que armazenam dados sobre a pandemia, seis estados — Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, São Paulo e Tocantins — não atualizaram o banco de dados do Conass, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, fonte oficial de informações sobre indicadores da crise sanitária.

Mesmo assim, destaca-se que os indicadores de gravidade da pandemia no Brasil começaram a recuar à medida que a campanha nacional de imunização avançava. No auge da crise epidemiológica, o país chegou a superar a média semanal de 3,1 mil mortes por dia. Mas, desde junho, os números de casos, internações em unidades de terapia intensiva e mortes por covid-19 estão em queda contínua. E a média semanal já estava abaixo de 200 óbitos antes mesmo do ataque hacker aos computadores do Ministério da Saúde.

Os bons resultados devem-se, sobretudo, à ampla adesão da população à vacina e a medidas como o uso de máscara e higienização das mãos. Praticamente, 100% dos brasileiros adultos já tomaram pelo menos a primeira injeção contra a covid-19 ou a dose única da Janssen. E cerca de 90% estão completamente imunizados. De forma geral, entre o público que é alvo da imunização hoje, pessoas na faixa etária de 12 anos ou mais, aproximadamente 80% concluíram o ciclo vacinal. Na última quinta-feira, a Anvisa autorizou a aplicação da vacina da Pfizer também em crianças de 5 a 11 anos, mas os pequenos só devem começar a ser imunizados em 2022.

Além da delta, cientistas acompanham de perto a disseminação da ômicron pelo planeta. Identificada primeiramente na África do Sul, a variante é altamente contagiosa. Até agora, no entanto, não se revelou tão grave e letal como se temia. No Brasil, onde a testagem para covid-19 é baixa, os casos identificados oficialmente no país até a sexta-feira estavam em torno de duas dezenas. E todos os infectados apresentaram sintomas leves. Mas, por precaução, as festas oficiais de réveillon foram canceladas na maioria das capitais. A experiência ensina. É melhor prevenir do que remediar.

 

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