Pesquisa
Bolsonaro está quase na rabada. Lula com 48% de intenção dos votos supera três vezes o atual mandatário. O povo vê com entusiasmo a volta do ex-presidente. Mandela ficou 27 anos preso e voltou como herói nacional da África do Sul. Se o Supremo Tribunal Federal concluiu que Lula é inocente, não há mais o que se discutir. O único culpado é o ex- juiz Sérgio Moro, que ainda se afoita a lançar candidatura à Presidência da República.
José Lineu de Freitas,
Asa Sul
Negacionismo extremo
"Quem meu filho beija minha boca adoça", diz um velho ditado popular. Bolsonaro, mais uma vez, meteu os pés pelas mãos ao abrir duas frentes de conflitos ao mesmo tempo: uma com a sociedade, que deseja ver suas crianças vacinadas contra a praga da covid-19, e outra, com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que não se curva aos caprichos e ao negacionismo mortal do presidente. A sua resistência às recomendações da ciência só agrada a uma minoria de brasileiros, formada por aloprados e insanos. Não vacinar as crianças será colocar no colo mais cadáveres, como ele mesmo sugeriu no início da pandemia, em fevereiro de 2020. Dessa vez, não poderá dizer "e daí?". A revolta contra o seu péssimo governo tem se manifestado nas pesquisas de opinião pública. A maioria dos brasileiros o despreza e o quer longe do poder. Se pudesse, anteciparia as eleições para acordar deste pesadelo, que será reconhecido na história como "desgoverno Bolsonaro", o presidente que empurrou o Brasil para as profundezas do obscurantismo.
Flávio Albuquerque,
Asa Sul
Congresso Nacional
A desmoralização gradual do Congresso Nacional é fruto de um trabalho árduo de suas excelências por décadas a fio de submissão aos mandos do Palácio do Planalto e de obediência militante aos desmandos cometidos em causa própria. Uma obra assim não se desfaz num repente. Tanto é que as pesquisas não apontam melhoria na imagem do Parlamento, a despeito da mudança de comportamento com a renovação de 52% na Câmara dos Deputados e 85% no Senado Federal. Sábia, a opinião pública preferiu aguardar o caminhar da carruagem antes de acreditar numa efetiva correção de rumos. O que parecia uma nova fase revelou-se como mera encenação, encerrada assim que a Câmara aprovou a reforma da Previdência, passando a bola ao referendo do Senado. Os parlamentares voltaram ao antigo hábito de usar de suas prerrogativas para mandar "recados" aos outros dois poderes, retaliá-los quando contrariados e exigir contrapartidas do Executivo e do Judiciário. No primeiro caso, a liberação de emendas ao Orçamento em troca de votos. No segundo, a reação contra o Supremo Tribunal Federal (STF) diante do pedido de prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) determinado pelo ministro Alexandre de Moraes. No rumo do retrocesso, suas majestades aprovaram alterações na legislação eleitoral que, entre outros disparates, praticamente revogam a lei da Ficha Limpa ao permitir registros de candidaturas sem o crivo de legalidade imposto pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Tempos estranhos
Questões que envolvam soberania nacional, tais como entrada e saída de estrangeiros do país, sempre ficaram a cargo do Poder Executivo. Tais procedimentos não são judicializados. Impor barreiras para a entrada de nacionais no Brasil poderia configurar uma espécie de banimento ou desterro, se não fosse a acrobacia da decisão que, em um átimo, obriga o teste negativo e a quarentena aos brasileiros que, no retorno à pátria, não apresentarem o passaporte da vacina. Ora, o Supremo atentaria contra a própria Constituição que lhe cabe defender? A discussão não é a soberania, mas, sim, a saúde pública. Na verdade, vivemos outros tempos: tempos de pandemia e de ativismo judicial. Vivemos tempos estranhos de um governo omisso e incompetente, cujo chefe prega a "desvacinação". Vivemos tempos estranhos em que um partido político de irrisória representação no Congresso se imiscui na política da qual é alijado através de infindáveis ações no STF, se valendo de uma Constituição que só não traz a pessoa amada em três dias, mudando o palco e os atores, muitas vezes de forma acertada, visando a um bem maior. Tudo isso parece paradoxal ou, então, que estamos vivendo sempre a exceção da regra. E talvez seja. Por quê? Porque são tempos estranhos.
Ricardo Santoro,
Lago Sul
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