SOCIEDADE

Ctrl+Alt+Del

O ideal seria que os políticos olhassem para o que deu errado, resetassem e abandonassem tudo que está causando conflito ou instabilidade para a população

Roberto Fonseca
postado em 31/12/2021 00:01 / atualizado em 05/01/2022 15:56
 (crédito: Clay Banks/Unsplash)
(crédito: Clay Banks/Unsplash)

Uma onda de mensagens de "adeus, 2021" vai invadir as redes sociais nas próximas horas. Adianto que não se trata de nenhum exercício de futurologia, mas, sim, a percepção de que para muita gente será um alívio a virada do calendário. Os últimos 12 meses foram extremamente complicados para a população brasileira. Vivemos o pior momento da pandemia do novo coronavírus, a economia afundou de vez e a comida sumiu da mesa do brasileiro.

E chegamos ao último dia do ano com uma série de dúvidas em relação aos próximos meses. Enquanto a ômicron avança no hemisfério norte e provoca uma onda de medidas restritivas, não dá para cravar quais serão os efeitos da variante por aqui. Unidades de saúde começam a registrar um aumento de internações, ainda que bem distante da quantidade percebida no primeiro semestre. Há motivo para pânico? Tudo indica que não, o povo aderiu à vacinação em massa, apesar da baixa adesão em algumas localidades e em determinadas faixas sociais.

Há, no entanto, que se pensar positivo. É ano de Copa e de eleições, eventos que centralizam as atenções dos brasileiros a cada quatro anos. A última pesquisa do IBGE mostra que o desemprego deu uma aliviada no trimestre encerrado em outubro, ainda que tenha sido percebida uma queda na média salarial. A taxa de desocupação fechou em 12,1% da população economicamente ativa — 1,6 ponto percentual a menos do que o registrado nos três meses anteriores. Sinal de que podemos pensar em um dia a dia melhor para a população, apesar da eterna desconfiança do mercado, que prevê um crescimento do PIB abaixo de 0,5% para o ano que vem.

Até três semanas atrás, considerava 2021 "como o pior ano que vivi". Em conversa com um amigo, que passou por experiências semelhantes, percebi que não existe isso. Tudo o que vivemos é apenas a preparação para o que pode ser melhorado tanto na vida profissional quanto na pessoal. O ideal seria que os políticos também pensassem assim. Olhassem para o que deu errado, apertassem Ctrl Alt Del e abandonassem tudo que está causando conflito ou instabilidade para a população. Puro devaneio. Eles só pensam na reeleição.

Feliz ano-novo.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação