Visão do Correio

2022, o anoda reconstrução

É como se, com a mudança do calendário, sonhos e desejos ficassem mais próximos de se tornarem realidade

Correio Braziliense
postado em 01/01/2022 00:01 / atualizado em 01/01/2022 11:35
 (crédito:  Wallace Martins/CB/D.A Press)
(crédito: Wallace Martins/CB/D.A Press)

Ano novo sempre renova o sentimento de esperança. É como se, com a mudança do calendário, sonhos e desejos ficassem mais próximos de se tornarem realidade. Tal perspectiva alimenta a alma e nos dá força para seguir em frente. Mas que fique claro: 2022 será um ano desafiador. Nada será fácil. O Brasil terá de mostrar uma força extraordinária para superar todos os obstáculos — que são muitos — colocados no caminho depois de três anos desastrosos, de claro retrocesso em quaisquer dos campos analisados. A boa notícia é que o país tem solução, e ela passa pela democracia, pelo voto.

Mais do que vontade de mudar, os brasileiros terão de unir forças contra todas as tentativas de surrupiarem seus direitos de escolha. Terão de cobrar em alto e bom som que os governantes saiam da letargia e ajam com vigor para reverter as mazelas da miséria que toma conta das ruas. Somente o crescimento sustentado da economia, com inflação sob controle, permitirá que empregos de qualidade e melhores salários fiquem mais próximos. Também será possível acessar sistemas de saúde e de educação decentes. Não está se pedindo muito.

Os últimos dois anos foram dramáticos, marcados por uma crise sanitária que ceifou quase 620 mil vidas. Famílias foram destruídas e o futuro ficou mais distante. Não à toa, a ansiedade por tempos mais auspiciosos atingiu níveis recordes. Os brasileiros, felizmente, têm uma capacidade impressionante de reconstrução. E é com base nessa habilidade que se pavimentará uma travessia menos tortuosa até que o horizonte se abra por completo. A rapidez com que se atravessará as intempéries dependerá, contudo, das escolhas que serão feitas. O espaço para erros ficou menor.

Não há ilusão. O passivo a ser enfrentado é gigantesco. A desigualdade social atingiu níveis recordes, agravada pela pandemia do novo coronavírus. Quase 20 milhões de brasileiros estão vivendo na pobreza extrema. O exército de desempregados chega a 13 milhões e 30 milhões de pessoas não ganham o suficiente para bancar despesas básicas. O custo de vida passa dos 10%, a renda do trabalho é a menor desde 2012 e a taxa básica de juros (Selic) caminha para os 12% ao ano. A confiança no presente e no futuro despencou. O negacionismo empurrou o país para a beira do abismo.

Independentemente desse quadro dramático, vitórias importantes, como a derrota do golpismo defendido por um grupo de tresloucados, reforçam que o Brasil jamais abrirá mão de seu apreço pela democracia. É essa garantia e o potencial de crescimento econômico em um ambiente de estabilidade que vão atrair os investimentos necessários para que avanços sociais se consolidem. Ainda que por períodos curtos, o país mostrou capacidade para encarar seus problemas, superar suas deficiências e se posicionar como um player mundial. Basta bom senso.

A reconstrução do Brasil é desejo de todos. Questionados nas ruas, brasileiros são enfáticos ao listarem as prioridades para o ano que começa hoje: emprego, renda, saúde e educação. Pois que esses desejos sejam plenamente atendidos. O Brasil é maior do que os governos de plantão. É a força do povo que faz a diferença. O país tem encontro marcado com as eleições em outubro próximo. Que a escolha da maioria seja por mudanças que tragam a paz, a conciliação, a empatia, o respeito ao próximo, a compaixão, menos polarização e mais compreensão dos desafios que estão na mesa. Com muita esperança, que venha 2022. Feliz ano-novo!

 

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