Escolhas
O Brasil precisa escolher entre autonomia e dependência, soberania ou submissão. Como o viajante, diante da esfinge, a grande pergunta que temos que responder ao século 21 é: que país queremos ser e que futuro queremos ter como nação. Todos nós precisamos de verdades qualificadas e confiáveis que possam zelar pela preservação da vida em sua maior plenitude. A qualidade dos nossos afetos prima pela preservação da nossa consciência em estado de plural juízo. Prazer é autoaceitação com alteridade. Como bem cantou Caetano Veloso: "Podermos ver o mundo juntos/Sermos dois e sermos muitos/Nos sabermos sós sem estarmos sós/E abrirmos a cabeça/Para que afinal floresça/O mais que humano em nós" (Tá combinado, 1986). Muito de nossa loucura social atende pelo nome de Complexo da Autossuficiência Convicta. Em resumo, trata-se do perigoso capacitismo que nos inibe de dar e receber cuidados, impondo o sucesso do desempenho individual como medida comportamental absoluta. Quem inventou a gaiola não foi o passarinho. Não há senso crítico quando sucesso e fracasso estão em jogo. Eficientes são deficientes que só sabem usar escudos e espadas. O mundo precisa de colo. Muniz Sodré, um dos grandes pensadores da comunicação, destaca, a nosso ver, como funcionam a euforia e a depressão a serviço da Nação dos Extremos: "quantidade como princípio regente significa prevalência métrica de dígitos ou números; portanto, uma equalização tendencial dos lugares de fala, em que os agentes se orientam pelo igual, em rejeição sistemática à qualidade expressiva das diferenças" (A sociedade incivil, 2021).
Marcos Fabrício Lopes da Silva
Asa Norte
Revitalização
Foi concluída a obra de revitalização da W3 Sul. Embora seja louvável a atitude do governador, visto que era promessa dos administradores anteriores há mais de 15 anos. Só quebrar e refazer calçadas não vai revitalizar a via. É preciso recuperar o asfalto, colocar sinalização e semáforos mais atuais, com temporizador. Também é necessário passar a fazer a varrição e a limpeza da via e, em especial, colocar policiamento ao longo da via para garantir a segurança de comerciantes e moradores das quadras 700, assutados com o aumento da violência. Onde há a presença da polícia, o crime fica inibido. Tentaram fazer uma W3 do lazer, mas só fechar a via não resolve. É necessário que sejam implementadas atividades, melhor iluminação!
Elio Silva Campos,
Asa Sul
Livros
Minha vida é cercada de livros comprados ou emprestados. Acho mágica a relação ao abrir a primeira página e mergulhar em personagens, dramas, mundos novos. Aos poucos, os dois, eu leitor e o escritor, constroem uma intimidade rara, silenciosa e secreta. Não é à toa que costumam dizer que o livro é melhor do que o filme. Afinal, ler um livro pressupõe cumplicidade, o leitor cria junto, imagina o rosto da personagem, a entonação da fala, o calor do beijo. Livros nos preparam para a vida, nos levam a lugares desconhecidos, nos oferecem bagagem emocional para lidar com uma gama de situações que se apresentam no nosso dia a dia. Graças a eles, conhecemos o perigo corrosivo da dúvida em um investimento, visitamos dores inéditas, conquistamos batalhas que não são nossas, arrebatamentos amorosos e desejos inconfessáveis. Brincam até que livro deveria ser adjetivo. Você é tão livro, a gente diria a quem nos abre horizontes, nos aconchega, provoca e faz pensar. Em suma, livros criam pontes!
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Perda
Desolação completa. Tristeza absoluta. Deus levou o valoroso ser humano Said Dib para perto de si. Natal doloroso. Alma moída. Prantos inconsoláveis pela abrupta partida. Resta-nos a resignação pela partida de quem sempre amou a vida e seus semelhantes. Said foi um bravo a vida inteira. Trabalhador, leal, competente profissional. Servidor feliz, do Sebrae, dedicado e voltado para o bem comum. Respirava sonhos. Tive orgulho e prazer de ser amigo dele. Compartilhando emoções, lições e gestos de amor e solidariedade que jorravam da sua alma abençoada. Professor, historiador, analista político, Said foi cidadão precioso. Deixa um buraco nos nossos corações. Saudades eternas. O acadêmico e ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU), Marcos Vilaça tem razão, "um morto amado nunca para de morrer".
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
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