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Artigo: De volta à conversa de bar

Vinicius Nader
postado em 03/01/2022 06:00
 (crédito: TV Globo/ Divulgação)
(crédito: TV Globo/ Divulgação)

Se novela e televisão são paixões nacionais, devo ser dos mais brasileiros, pois, definitivamente, meu coração bate mais acelerado diante de um bom capítulo de folhetim ou de uma produção caprichada na telinha. Por isso, a interrupção dos capítulos inéditos das novelas, há cerca de dois anos, foi um dos marcos da gravidade da pandemia, além da tristeza diante da morte de muitos e da inércia de alguns.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, a volta de novelas inéditas — ainda que estreando totalmente gravadas — e a presença de plateia em programas de auditório me trouxeram um certo alento. Não só pelo prazer de acompanhar o casa-separa-casa-separa dos mocinhos, mas também pelo hábito das "conversas de bar" puxadas pelo que aconteceu na novela. Mesmo que bebidas alcoólicas passem longe do meu copo.

Atual trama das 21h, Um lugar ao sol é dessas novelas que despertam discussões acaloradas. A autora Lícia Manzo nos traz assuntos que rendem pelo menos uma rodada de refrigerante zero com pizza a palito. Um deles é a cruel cobrança social de juventude eterna para as mulheres.

O tema vem personalizado pela ex-modelo Rebeca, vivida numa volta triunfal de Andréa Beltrão às novelas. Insegura, ela tem crises com a profissão que exige que ela esteja sempre bela e sofre ao ver que a filha, Cecília (Fernanda Marques), pode ter sucesso na mesma carreira. Para piorar, Rebeca se pega apaixonada por um amigo de Cecília e é questionada se é realmente paixão ou se é apenas uma maneira de voltar à juventude. A mesma novela traz um casal entre personagens de José de Abreu e Fernanda de Freitas em que essa diferença de idade não é questionada.

O mote de Um lugar ao sol também rendeu discussões na redação. Renato (Cauã Reymond) é assassinado e o irmão gêmeo, Christian, assume a identidade dele. Quando a esposa Bárbara (Alinne Moraes) aparece grávida, vem a revelação de que Renato era estéril e que ela teria, portanto, traído o marido. Ora, bastava um exame de DNA para dizer que o filho não era de Christian, certo? Aí é que vem a "novidade" que sustentaria a conversa de bar: o exame de DNA mostraria que o filho era de Christian (e poderia revelar o segredo de Renato), pois a sequência hereditária de gêmeos é praticamente a mesma.

É, meus amigos. As novelas inéditas estão de volta e as conversas de bar, salvas. Com máscara, claro!

 

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