Opinião

UnB: necessária como nunca para a primeira infância

Correio Braziliense
postado em 14/01/2022 06:00

PAULA BELMONTE - Deputada federal e coordenadora da Comissão Externa de Políticas Públicas para a Primeira Infância

Há quase um mês, a Universidade de Brasília (UnB) iniciou a programação do aniversário de 60 anos, com o lançamento da campanha "Atuante como sempre, necessária como nunca". Foi uma escolha muito feliz, pois a UnB não só é necessária, mas também imprescindível para a população do Distrito Federal.

Desde a assinatura da lei de criação, em 15 de dezembro de 1961, e a inauguração, em 21 de abril do ano seguinte, a UnB tem trilhado uma história de sucesso na pesquisa, no desenvolvimento científico e na excelência no ensino, beneficiando não só os brasilienses, mas todos os brasileiros, com o conhecimento produzido por alunos e professores.

Sempre que ouço críticas de que o mundo acadêmico se encastela em uma torre de marfim, isolado dos problemas do cotidiano da população, refuto essa inverdade com o exemplo da UnB. É graças à pesquisa promovida pela UnB e por todas as universidades que a humanidade conquistou avanços que tornam nossa vida melhor. Além da pesquisa, a UnB desenvolve uma série de ações em prol da comunidade, tais como apoio psicológico, atendimento hospitalar, formação para idosos e suporte à produção sustentável e orgânica de alimentos.

Há uma área do conhecimento na qual a UnB também tem se destacado muito, que são os estudos sobre a primeira infância. O período que vai até seis anos de idade é crucial para o desenvolvimento das crianças. É justamente nesse período que se inicia o processo de desenvolvimento cognitivo e emocional e se forma a memória das experiências vivenciadas.

Há diversos estudos que apontam que os investimentos na primeira infância geram impactos positivos na adolescência e vida adulta das crianças beneficiadas. Já é cientificamente comprovado que investir na primeira infância gera retornos sociais e financeiros que vão muito além de melhor desempenho em disciplinas escolares, podendo gerar impactos que atravessam gerações.

A UnB, que já é referência na área, passará a ter mais protagonismo com a construção do Centro de Pesquisa em Primeira Infância. Inspirado em experiências de sucesso, como o Center on the Developing Child, da Universidade de Harvard, o Centro de Primeira Infância da UnB funcionará como apoio a vários cursos de graduação e pós-graduação, nas áreas da educação, psicologia, sociologia e da saúde, principalmente.

O Centro de Pesquisa em Primeira Infância, que estará pronto em 12 meses a um custo de R$ 3,6 milhões, vai promover ainda a interação entre os pesquisadores e os projetos de pesquisa, fomentando a interdisciplinaridade e gerando mais conhecimento para os estudos sobre a primeira infância.

Além do Centro de Pesquisa em Primeira Infância, será construída uma creche na Universidade de Brasília, que vai atender a demanda de vagas de funcionários e estudantes da universidade e terá o aporte de R$ 3,3 milhões. Será uma creche-escola inovadora, que servirá de modelo para o Distrito Federal. Na creche, que estará interligada ao Centro de Pesquisa em Primeira Infância, as crianças terão acesso ao que há de mais atual em pesquisas e atendimento relacionados à primeira infância. É uma conquista para a comunidade, que passará a ter um espaço seguro para as crianças.

Na cerimônia de assinatura dos contratos para a construção das obras, no último dia 29, a reitora Márcia Abrahão foi muito feliz ao dizer que o aporte de recursos é um investimento para toda a comunidade do Distrito Federal, que ainda tem uma carência enorme de creches, e também um investimento no futuro das crianças.

Um dos motivos que me levaram a entrar na política foi justamente cuidar das crianças. Encontrei na UnB a parceria ideal para alcançar esse objetivo. Destinei emendas parlamentares para custear a construção do Centro de Primeira Infância e da creche, pois acredito na competência da reitora Márcia Abrahão e no compromisso da instituição com o bom uso dos recursos públicos.

Durante muito tempo, a primeira infância foi um assunto deixado de lado pelas autoridades porque criança não tem título de eleitor. O que estamos fazendo é pensando nas próximas gerações, que têm muito a ganhar com os investimentos. Todo o investimento na primeira infância é, na verdade, um investimento no desenvolvimento social e econômico do nosso país.

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