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Artigo: Votos para 2022

Não conseguimos prever as notícias no dia a dia do jornalismo, embora as análises e os avisos nos permitam, por vezes, antecipar algumas. A tragédia pandêmica de 2021, por exemplo, não chegou a ser uma novidade. Foi uma dor anunciada, o que aprofundou nossa tristeza. Em 2022, será que teremos uma alegria anunciada? Suspeito que sim. Porque é ano de eleições. E ano de eleições é também ano de esperança.

Nunca foi tão importante reafirmar a democracia, já que os ataques foram em série e as ameaças seguem sem trégua. O voto é o recado do cidadão, a mensagem de uma sociedade que se une para escolher, mesmo na divergência. Todos juntos, com suas ideologias distintas, suas dúvidas, angústias, tristezas e alegrias reunidas. O que faz a vitória de um governante é um conjunto de forças e votos, não uma vontade solitária. Ninguém elege ninguém sozinho.

Portanto... sejamos vigilantes e conscientes. O ano eleitoral é um convite importante para repensar nossas prioridades como sociedade. Queremos continuar carregando fardos ou queremos ter a leveza do dever cumprido, da ajuda ao próximo, da escolha pela igualdade, pela justiça social, pela não discriminação e o não preconceito?

Para seguirmos juntos e adiante, vamos precisar olhar as feridas e tratá-las com o devido peso e respeito. Como se a cicatrizes fossem lembranças que não precisam ser totalmente apagadas. Porque é importante lembrar; é fundamental ter a memória dos episódios ruins. Só crescemos reconhecendo as bobagens e também as barbáries.

2021 foi um ano que nos quebrou. Foram tantas perdas, tristezas e retrocessos, como a fome, por exemplo. Corpos e corações exaustos. Um luto coletivo e tão dolorido. Não sei quais são seus votos para 2022, o que deseja para si e para os seus, o que vislumbra para o outro e para o nosso país.

O que eu desejo é que, como sociedade, consigamos resgatar a humanidade, manter a fé, ativar a solidariedade e votar de forma consciente. Feliz ano-novo para todos nós!