» Sr. Redator

Crise ética

O mal, como esclareceu Thomas Hobbes (1558-1679), é, antes de tudo, "a guerra de todos contra todos", e não há como cessá-la senão construindo e respeitando a institucionalidade política. O homem é o lobo do homem. Sem subestimar o risco bélico no longo prazo, já é possível notar impactos nada desprezíveis do esgarçamento de valores em diversas fibras do tecido social — não só na política, na economia e na administração, áreas tradicionalmente mais associadas pelo senso comum a desvios éticos. O Brasil vive uma desnecessidade de poder. Como se os anéis justapostos do arbítrio, da criminalidade e do delito produzissem uma atividade motora que vai do indivíduo à autoridade, do crime ao tribunal, sem distinção ou limite. A sociedade se vê mergulhada numa crise ética. Conforme alerta o poeta Nathan Kacowicz, em O bolo é o lobo do homem: "O pior dos lobos do homem/mostra sua face mais lúgubre e abominável/quando mais se necessita empatia/de algum espírito de solidariedade/que o faça,/se não ajudar,/ao menos não se apropriar/do que ao outro é básico/em outras palavras:/roubar o que ao outro é elementar/é a essência do desumano/é o mais longe que se pode estar de Deus/o mais distante do que é/ser humano" (Poeta de maiô, 2021). A ética é nossa tocha no escuro: permite saber para onde estamos indo e nos faz perceber conscientemente as diferenças entre "como vivemos" e "como devemos viver". Sem uma moral, não conseguimos viver com segurança; precisamos de rumo na vida e de balizas norteadoras. A moral tem, portanto, o seu lugar de mediação; ela nos faz pensar nas normas, nas regras de comportamento, nos princípios e nos valores que orientam o agir humano. É bem verdade que ela pode assumir uma perspectiva legalista, personalista ou dinâmica; pode apresentar-se como ciência, como ensino ou doutrina, ou como prática, com um sentido negativo, quando evocada no seu sentido moralizante, ou positivo, quando se baseia na autenticidade, na coerência e na sinceridade.

Marcos Fabrício Lopes da Silva,

Asa Norte

Multa de trânsito

Fui informada pelo Detran-DF (154) de que eu teria de me cadastrar no Sistema de Notificação Eletrônica (SNE) para pagar uma multa com desconto, mesmo o desconto constando no borderô baixado do aplicativo do Detran Digital. Tentei me cadastrar no tal sistema, que, por sua vez, me pediu o "código de segurança CRV" que, supostamente, estaria no CRLV-Digital. No entanto, só existem "três asteriscos", ou seja, o número do CRV não consta do meu CRLV. Fiz, então, uma segunda ligação ao Detran-DF achando que resolveria, e fui informada de que eu teria de comparecer presencialmente ao Detran-DF para obter esse código de segurança do CRV. Conclusão: o Detran está a cada dia mais parecido com um banco e menos digital! Até código de segurança inventaram. Será mera coincidência? Essa necessidade do presencial em cima da hora me levou à impossibilidade de pagar a multa com desconto. Inacreditáveis as barreiras criadas pelo órgão!

Claudia Pinheiro

Sudoeste

Vacinas

Até meados de 2021, a conversa era de que as crianças eram naturalmente imunes à covid, sendo poucos os casos de infecção e raríssimas as mortes abaixo de 12 anos. Repentinamente, as taxas de mortalidade e letalidade em crianças estão entre as mais altas do mundo e urge vacinas para nossas crianças e adolescentes. Não entendi a brusca avaliação da covid em crianças. Por que saíram de fortemente imunes e fragilidade absoluta? Como o Ministério da Saúde, a Anvisa e os especialistas explicam isso?

Roberto Doglia Azambuja

Asa Sul

Energia

Moro na 713 Sul, Bloco M, e estamos desde 11/12 sem iluminação pública. Três postes no Bloco M e um entre os blocos M e N estão apagados (às vezes, acendem) todos os dias, ficando a quadra às escuras e colocando em risco a segurança dos moradores. Ante a total ausência de policiamento, a situação é ainda mais grave. Temos vários protocolos no 155 e no site da CEB sem atendimento e precisamos de uma solução urgente. A iluminação pública em Brasília está um caos, com inúmeros pontos sem iluminação publica. O GDF tem que tomar uma providência, pois a situação está caótica e anormal. A Administração de Brasília se omite (ainda funciona?), e não temos mais a quem recorrer! Este jornal é a nossa última esperança. Nos ajudem!

Hélio Campagnucio,

Asa Sul