Arnaldo Jabor
O Brasil ficou mais pobre, com a morte do brilhante jornalista, cineasta, cronista e, principalmente, intelectual Arnaldo Jabor. Um dos maiores conhecedores e seguidores de Nelson Rodrigues, de sua obra e de suas famosas "tiradas", Jabor escrevia e falava como se estivéssemos ouvindo o autor da "solteirona de narinas de cadáver". Quanta saudade de suas apresentações na televisão, quando todo dia apresentava uma crítica diferente, ferina e inteligente, sobre os mais variados e surpreendentes temas, tudo dentro de um raciocínio lógico e altamente compreensível pelo povo brasileiro. Perdemos uma figura excepcional, e o Brasil ficou mais pobre por causa disso.
Paulo Molina Prates,
Asa Norte
Arte moderna
A Semana de Arte Moderna, ou Semana de 22, merece todas as comemorações pelo seu centenário. Há destaques por vários livros, como Semana de 22 — antes do começo, depois do fim, de José Nicola e Lucas de Nicola, e também vários tipos de comemorações. Sem dúvida, dentro do elenco de intelectuais organizadores e participantes está Graça Aranha, com citações de seus escritos e suas atividades, não se esquecendo a inicial de diplomata até a de editor da correspondência de Joaquim Nabuco e Machado de Assis, sendo, também, conferencista da Semana de 22. Uma justiça a ser feita a Graça Aranha é a de destacá-lo, com a presença e valor na Semana de Arte Moderna, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Villas-Lobos. Uma segunda justiça seria a reedição de seus livros, por iniciativa da Academia Brasileira de Letras e da Academia Maranhense de Letras.
José de Jesus Moraes Rêgo,
Asa Norte
História
Há algum tempo penso em escrever a esta prestigiada coluna (sou leitor do jornal há mais de 60 anos!) para fazer meu protesto pela falta de importância dada a notícias relevantes históricas. Muitas são resumidas em quatro ou cinco linhas perdidas no meio do jornal, sem chamar a atenção do leitor. Cito alguns exemplos de descaso: o encontro da machadinha que rachou o crânio de Trotsky pela filha do policial que investigou o caso; os destroços dos aviões de Saint-Exupéry e Glenn Miller no Canal da Mancha, depois de dezenas de anos de terminada a Segunda Guerra, organizações judaicas desviavam dinheiro dos velhinhos, vítimas da insanidade nazista. Nada disso teve destaque. Foram divulgadas apenas notículas sem nenhum comentário esclarecedor. Os apreciadores da história ficaram frustrados. Muitos comentaram comigo a omissão. Um desrespeito com a verdade histórica. Senhores redatores, pensem nisso!
Renato Vivacqua,
Asa Norte
Novos bairros
Com a aprovação de inúmeros novos bairros no DF, devemos nos mirar no exemplo da cidade serrana de Petrópolis (RJ). Em breve, lamentaremos também destruição, mortes e prejuízos pela crescente impermeabilização do solo e aumento de consumo de água, que causarão inundações na estação das chuvas, e falta d'água na estação seca. Além de problemas decorrentes, como adensamento do trânsito e condições de vida cada vez piores. Estamos concordando com a derrocada do tão idealizado sonho da nova capital do Brasil. Adiante, será tarde demais para nos arrependermos. Tudo em nome do lucro fácil, promovido por pessoas ambiciosas e inescrupulosas. As águas escassas/nas terras devassas/serão lágrimas difusas/de dores profusas.
Humberto Pellizzaro,
Asa Norte
Insegurança jurídica
Considerando o principal guardião da estabilidade da legislação, promotora da pacificação social e garantidor da ordem, o Poder Judiciário tem se tornado um fator de insegurança jurídica, ao questionar leis aprovadas no Congresso Nacional. Julgamentos díspares em casos similares, interpretações erradas, mudanças bruscas de entendimento, morosidade e o excesso de processos pioram o quadro. Em muitos casos, as sentenças são aleatórias, arbitrárias ou mostram a preferência do magistrado. Em muitas decisões, o interesse de burocratas e políticos se sobrepõe aos direitos do cidadão e das empresas. Isso acontece principalmente em áreas como meio ambiente, direito do consumidor e regulação de servidores públicos, além de questões nos campos trabalhista, previdenciário e tributário. O mais preocupante é que nem mesmo o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido capaz de impedir incertezas jurídicas. Pelo contrário, muitas vezes, o STF as suscita, com a procrastinação de decisões ou a revisão de entendimento.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
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