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Correio Braziliense
postado em 19/02/2022 00:01

Jabor, um grande brasileiro

Morreu um grande brasileiro: Arnaldo Jabor. Mais do que um refinado e engajado cineasta, Jabor fez da palavra o símbolo de luta para transformar o Brasil provinciano e careta, com pouca luminosidade, em um país que precisava se libertar dos costumes anacrônicos, fruto de uma elite ególatra reacionária, e de uma política de Estado corrupta, viciada em repetir os erros da exclusão social. Jabor, cronista excepcional em qualquer espaço em que materializava as suas brilhantes análises e narrativas, falou com eloquência e estilo, sempre para puxar o Brasil para cima, como intelectual que soube pensar sem o dogmatismo que fez muitos brasileiros sectários na compreensão de uma só nação, sob falsa unidade cultural, quando as diversidades de nosso povo e de nossas riquezas exigiam fluxo liberal para romper com a doença do burocratismo, que se refestela, com sadismo, ao gozar de privilégios vetados ao povo brasileiro. Com sagacidade e ironia, ia desnudando o Brasil real, para demonstrar que a elite jamais lutou para que as desigualdades fossem vencidas. Foi-se uma parte do Brasil genial. Mas ficará a certeza de que o melhor do Brasil te amou, Jabor.

Luiz Carlos Alcoforado,

Lago Sul

Desajuste e crueldade

Se, por um átimo de adormecimento da memória, alguém ainda tiver dúvida do quão desajustado, perverso e cruel foi o comportamento de Jair Messias durante a pandemia, convém recordar apenas três de seus nefastos gestos, para talvez retomar a lembrança de um triste passado recente: 1) do desajuste mental: enquanto milhares de brasileiros morriam devido à falta de vacinas, as emas do Palácio da Alvorada fugiam em polvorosa do inquilino da casa, que lhes perseguia em troça balançando uma caixa de cloroquina (23 de julho de 2020); 2) da perversidade do caráter: em visita à cidade de Pau dos Ferros (RN), Jair Messias segura uma criança no colo e baixa a máscara do menino para fazer fotos (24 de junho de 2021); 3) da crueldade do ser: em "live" no Palácio do Planalto, ao criticar quem se opunha ao uso de cloroquina em tratamento hospitalar, Jair Messias imita uma pessoa com falta de ar, fazendo sons e gestos de paciente que está sufocando em decorrência de covid-19 (18 de março de 2021). Se, mesmo depois de rever essas cenas, ainda restar dúvida do quão desajustado, perverso e cruel foi o comportamento de Jair Messias durante a pandemia, convém que se procure urgentemente ajuda médica. Se persistirem os sintomas de imunidade cognitiva, o diagnóstico pode ser um pouco de ausência de memória ou, mais provavelmente, muita falta de coração.

Francicarlos Diniz,

Asa Norte

Precocidade

Quando nós morávamos na 114, era nossas simpática vizinha uma família, com um filho, de nome Fábio, talvez de uns sete anos, que "gostava de escrever", segundo me contaram. Sabendo disso, numa ocasião em que os visitávamos, eu tive a oportunidade de conversar com ele sobre esse interesse, e ele me perguntou se eu queria ver a sua última "história". Pois antes que eu pudesse responder, ele adiantou: — Tio, ela se chama "O bandido que mordeu a bunda do xerife"...

Lauro A. C. Pinheiro,

Asa Sul

Racismo

Um vigilante covarde e racista agrediu com um cinto uma criança de 12, no momento em que ela pedia um copo de refrigerante em uma lanchonete. As marcas estavam nas costas da criança. O covarde não faria isso se a criança fosse branca. Mas era um "nigrinho", então, não tem importância agredir, espancar e matar. Passou da hora de a Justiça agir com decisões mais rigorosas contra esses racistas de plantão. Enquanto os agressores forem punidos com multas de valores irrisórios ou indenizar os aviltados com cestas de alimentos, serão estimulados a reproduzir tais atitudes e a estimular outros covardes iguais a procederem do mesmo modo.

Euzébio Queiroz,

Octogonal

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