Guerra da Ucrânia
Embora a Ucrânia não faça parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), nada impede que seus participantes (as maiores potências do mundo) enviem tropas para auxiliar na defesa daquele país. A justificativa de que não pode enviar suas tropas porque a Ucrânia não faz parte daquela organização é desculpa esfarrapada, própria dos covardes, pusilânimes. A Otan que criou esta terrível situação ao convidar a Ucrânia para dela fazer parte. Agora, amedronta-se ao não enviar tropas para o país convidado, com "receio" de uso armas nucleares por parte dos russos. Se assim for entendido como politicamente correto, qualquer grande potência passará a agredir e invadir países menores e mais fracos em armamentos e utilizar-se dos mesmos argumentos. Depois de convidar a Ucrânia para fazer parte da Otan, agora, deixa-a a ver navios e seus cidadãos massacrados por um dos exércitos mais poderosos do mundo.
Paulo Evandro de Siqueira,
Asa Norte
Herança
Será que está em construção o legado de descendentes dos figurões da Música Popular Brasileira (MPB)? Refiro-me aos Gilsons (CB, 26/2), os rebentos de Gilberto Gil, filho e netos. Sem falar da filha Preta Gil, herdeira nata. Se esticarmos a luneta, veremos que esse cenário é animador quando constatamos o mesmo germén em Caetano Veloso e sua prole — os três filhos —, que é famosa nos palcos do Brasil e do exterior. Independentemente do pódio das paradas de sucesso, hoje dominado nos canais digitais pelo estilo sertanejo, caracterizando uma fronteira da MPB e esse estilo urbanoide, o relevante é o engrandecimento que esse espólio musical da MPB vem disseminando. É uma coloração autoral ou interpretativa que se destaca, como Maria Rita/Elis Regina, Chico/Cássia Éler, Bebel/João Gilberto, Leo Maia/Tim Maia, Diogo Nogueira/João Nogueira e muitos outros de uma extensa trupe. Com essa pegada, veremos agregação ao patrimônio histórico da MPB. O P, de MPB, no mundo digital, tende a provocar controvérsia, pois os milhões e milhões de acessos aos hits sertanejos nessa esfera, podem ser argumentados, quantitativamente, como realmente popular. Mesmo sendo apenas um apreciador de música, nem de longe um expert, sinto a padronização comercial dos acordes sertanejos, diferentes das tonalidades da MPB. Deixemos rolar o som no streaming, no EP, no Spotify, no CD, no vinil, no carro, na vitrola, e sejamos todos embalados ao som da felicidade.
Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Zona franca de Manaus
Como de hábito, sorrateiro em suas atitudes, o ministro Paulo Guedes investe, mais uma vez, contra o polo industrial de Manaus(PIM). Desta feita, decidindo reduzir em 25% o valor do IPI para grande parte dos produtos fabricados na zona franca. Recebeu, prontamente, o firme e enérgico repúdio da bancada federal do Amazonas e de empresários(Brasília-DF- 01/03). O deputado Átila Lins, do PP, por exemplo, argumenta que Guedes nunca teve compromisso com a Zona Franca de Manaus. O que propõe, segundo Átila Lins, é "imoral e nada republicano". Por sua vez, o vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos(PSD) define a decisão como "um duro golpe contra o polo industrial. Muitas fábricas fecharão e os 100 mil empregos diretos proporcionados pelas indústrias da Zona Franca serão extintos". Átila e Marcelo pediram ao poderoso ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira, que intervenha junto a Bolsonaro para coibir e frear "essa nova nefasta, brutal, injustificável, açodada e inacreditável atitude de Guedes contra a Zona Franca".
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Matança de mulheres
O Distrito Federal começa a ganhar destaque nas colunas policiais. Mulheres têm sido assassinadas e os corpos achados no meio da rua, em gramados e outros locais que, sem dúvida, são espaços percorridos pelos transeuntes. Geralmente, os companheiros ou ex-companheiros são os primeiros suspeitos. Mas isso de nada vale. A vida já se foi. O início de março, mês da mulher, começou com o corpo de uma mulher às margens da estrada no Itapoã — o marido é suspeito do feminicídio. Essa matança tem de parar. A mãe de uma jovem foi, há poucas semanas, executada pelo ex-genro, quando se dirigia ao trabalho, e nada foi feito para evitar a tragédia. Onde estão as forças de segurança pública? Por que as medidas restritivas impostas pela Justiça não são cumpridas nem a polícia faz nada para que sejam obedecidas? Quais políticas públicas estão sendo desenvolvidas para a proteção das mulheres? O poder público distrital terá uma série de justificativas, todas esfarrapadas. Nenhuma delas conseguirá demover a certeza de que o DF se tornou território da insegurança para as mulheres. Sabemos que estamos expostas e a vida em risco pelos facínoras soltos nas ruas.
Marli Alves
Guará I
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