Cultura

Irlam Rocha Lima: Memorial da música baiana

Cultura rica e diversificada, museus, igrejas, o conjunto barroco do Pelourinho, praias e a deliciosa culinária são elementos de uma extensa lista que fazem de Salvador um dos mais concorridos destinos turísticos do país. A esses itens, desde setembro de 2021, se juntou um outro que tem chamado atenção a quem visita a capital baiana: a Casa da Música.

Localizado na Praça Visconde de Cayrú, vizinha dos tradicionais Elevador Lacerda e Mercado Modelo, num antigo casarão tombado pelo Patrimônio Histórico, o novo espaço artístico, em seis meses de existência, transformou-se num dos locais mais visitados tanto por soteropolitanos quanto pelos turistas — principalmente agora no verão.

Com mais de 750 horas de conteúdo (100% audiovisual), a Cidade da Música oferece ao visitante infinitas possibilidades de, virtual e interativamente, tomar conhecimento da obra de artistas baianos das mais diversas gerações: dos consagrados Assis Valente, Dorival Caymmi, Raul Seixas, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Maria Bethânia, Gal Costa, Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Margareth Menezes aos que surgiram mais recentemente, como Baco Exu do Blues, Luedji Luna, Larissa Luz e Baiana System.

Terça-feira da semana passada, quando estive lá, compartilhei cabines com um casal de uruguaios que demonstrou grande interesse pelo movimento tropicalista e pela a trajetória dos Novos Baianos. Chegaram mesmo a cantarolar acompanhando Caetano, Gil e Moraes Moreira, ao assistir aos vídeos protagonizados por esses ícones da música popular brasileira.

O antropólogo e escritor Antônio Risério e o arquiteto e artista plástico Gringo Cardia são os curadores da Casa da Música, que tem três pavimentos. No primeiro, estão instalados o hall de entrada, salão de estar, café e o centro de pesquisa. No segundo, é contada a história da música da Bahia, por meio de acervo permanente. No terceiro piso, há a área de entretenimento, com karaoteca e estúdio, onde novos talentos podem fazer registro do seu trabalho.

Aproveito para sugerir também uma ida à Casa do Carnaval, instalada, há mais tempo, no Centro Histórico, ao lado da Catedral Basílica, entre o Terreiro de Jesus e a Praça da Sé — só na ecumênica Salvador isso é possível! Ali, também de forma virtual, pode-se conhecer a trajetória da folia baiana: do entrudo à axé music.

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