Saber político
Compreender a política como espaço de potencial conflito, podendo também ocorrer nele desvios de obediência não significa necessariamente apostar na desordem inconsequente. Nos grupos humanos, diferentes e desiguais entre si, a tensão política sempre vai ser protagonista. A política melhor se expressa como esfera do social ligada à definição e à articulação de metas coletivas de cumprimento obrigatório. É político o que afeta o coletivo de maneira imperativa. É consenso e dissenso. Não à toa, é a vontade de dialogar que qualifica a ciência política. Quem abre as portas para a realização concreta do bem-estar social é o entendimento plural como medida política. Para tanto, ainda temos muito o que aprender com a cidadania. A sociedade tem necessidade de pedir não exatamente esmolas ao poder, mas medidas de segurança, emprego, saúde e educação. Infelizmente, a maioria dos ocupantes do poder público sofre de formação apenas oligárquica e ditatorial. "Nada mudou./O corpo sente dor,/necessita comer, respirar e dormir,/tem a pele tenra e logo debaixo sangue,/tem uma boa reserva de unhas e dentes,/ossos frágeis, juntas alongáveis./Nas torturas leva-se tudo isso em conta" — alerta a poeta polonesa Wislawa Szymborska (1923-2012). Orientadas pela consciência crítica, melhores escolhas são feitas em matéria de lucidez e discernimento. Jogamos fora nosso juízo moral quando agimos com alienação e agressividade.
Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte
Homenagem
O advogado, escritor, compositor e poeta Estenio Campelo, cearense de nascimento e brasiliense por amor, dedicação e trabalho, alimenta na alma e no coração sentimentos do bem. Cultiva ações que elevam o espírito. Tem o saudável e exemplar dom de ajudar os mais necessitados. Nesse sentido, foi homenageado com placa de reconhecimento pelo Hospital da Criança de Brasília, pela doação de equipamentos para análises clínicas. O Hospital da Criança nasceu com a colaboração maciça e edificante de apoiadores. Hoje, o hospital é uma realidade. Graças aos bons corações. Como o de Estenio. Pela ajuda que também dedica, com entusiasmo, ao Instituto do Coração, de São Paulo, Estenio recebeu emocionado memorando de agradecimentos do Conselheiro Diretor da entidade, professor e doutor Roberto Kalil Filho.
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
(In)Tolerância
Muito oportuno o artigo do General Rêgo Barros (1/4) abordando a intolerância que estamos vivenciando, nestes tempos bicudos de campanha para uma reeleição. De fato, temos figuras que se acham os donos da verdade, em que só é certo aquilo que eles dizem e acreditam, não aceitando opiniões contrárias às suas, se achando acima de tudo e de todos, sendo a sua opinião uma verdade absoluta! Quanta arrogância e falta de humildade, execrando as críticas que lhe são desfavoráveis e batendo palmas para opiniões que lhe inflam o ego, totalmente em desacordo com o que preconizava Santo Agostinho: "Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem".
Paulo Molina Prates,
Asa Norte
Corrupção
Garantir que nos últimos três anos não houve corrupção no governo é mais uma mentira (fake news) que vai para a coleção. Na verdade, ocorreram operações "abafa o caso", com o apoio da Procuradoria-Geral da República e a movimentação de delegados da Polícia Federal que coordenavam inquéritos incômodos ao presidente. A cada passo que aproximava o delegado federal de provas incontestes dos malfeitos, havia mudanças dentro da Polícia Federal, indicativo de que o resultado da apuração levaria à conclusão de corrupção e às práticas de outros crimes, principalmente com a participação dos filhos do capitão e outros protegidos. Na retrospectiva, destacam-se a legalização de madeiras extraídas ilegalmente na Amazônia para contrabando, com aval do então ministro do Meio Ambiente; as negociatas; os imbróglios na compra das vacinas contra a covid-19, na gestão do general Eduardo Pazuello; a falta de transparência nos gastos do presidente com o cartão corporativo, que não aparece quadro da transparência, e que, segundo alguns meios de comunicação, somariam milhões reais; os acordos nada republicanos com o Centrão, hoje, dono do cofre da União, para garantir votos ao governo; e, agora, a mediação vergonhosa mediação de pastores para a liberação de dinheiro do Ministério da Educação às prefeituras. Se o Ministério Público não tivesse se transformado em banca de advocacia da defesa dos bolsonaristas, muito se saberia das falcatruas palacianas. Mas transparência e lisura são palavras vetadas pelo atual governo.
Leonora Lima,
Núcleo Bandeirante
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