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Correio Braziliense
postado em 05/04/2022 00:01

Lygia Telles

O Brasil perdeu, no domingo, aos 98 anos, a paulistana imortal, que ocupava a cadeira de número 16 — herdada de Pedro Calmon — da Academia Brasileira de Letras (ABL), Lygia Fagundes Telles. Autora de vasta obra, versando sobre a narrativa de contos, além de alguns romances, agraciada com quatro prêmios Jabuti, a majestosa "dama da literatura nacional" se despediu da ilustre carreira de escritora, contudo deixando, para sempre vivo, rico acervo literário para tanto nos inebriar. A familiares e amigos, os mais sinceros sentimentos deste fã que abaixo assina.

Nelio S. Machado,

Asa Norte

Colunistas

Ana Maria Campos e Denise Rothenburg antes de serem esmeradas colunistas foram repórteres (As divas da política, Ana Dubeux, 3/4). Sabem, de cor e salteado, o trabalho que dá garimpar a boa informação. Fechar a coluna atenta ao que pode ser especulado, checado e publicado, da má, ressentida, chula e encomendada intriga. Tornaram-se respeitadas e lidas profissionais, cultivando e correndo atrás do ouro do jornalismo, a boa e isenta notícia. Ana e Denise escrevem colunas qualificadas preservando boas fontes. A editora Ana Dubeux salienta com razão que as duas colunistas do Correio Braziliense são exemplos marcantes de como a jornalista pode e deve se impor diante do machismo torpe e covarde que insiste em proliferar em todos os setores de atividades da sociedade.

Vicente Limongi Netto

Lago Norte

Marketing político

Adverte Antonio Machado, colunista do Correio Braziliense: "A intensa disputa entre os presidenciáveis nos últimos dias de nada serviu para orientar o eleitor sobre os planos de governo de cada um. Focadas neles próprios, não em programas, a campanha eleitoral ainda informal parece mais uma disputa entre narcisistas por likes no Instagram que um confronto de visões sobre os rumos do país" (Brasil S/A, 3/4). No processo eleitoral, precisamos estar de olhos abertos, porque um bom trabalho de marketing ilude, operando-se a progressiva despolitização da política. Troca-se, portanto, a ética pela estética, o que é dramático. Não importa se o candidato é bandido, corrupto ou incompetente. Uma boa imagem fala mais que mil palavras. Não à toa, interessa ao marqueteiro investir a favor da adoração de ídolos, posicionando o aspirante ao cargo político numa faixa carismática de prestígio e idolatria. Desse modo, tira-se a política do âmbito público como ferramenta de promoção do bem comum, para reduzi-la ao âmbito privado, à escolha de candidatos baseada, não em propostas e projetos, e sim em simpatias e empatias. O marqueteiro, ao determinar as ações dos políticos para o sucesso no pleito eleitoral, busca conduzir o votante, segundo motivos que escapam à ordem racional. O marketing político apela primeiramente para as necessidades emocionais, financeiras e alimentares do eleitor, batendo na mesma tecla de sempre: o medo de perder deve triunfar sobre a esperança de ganhar. Numa verdadeira democracia, a universalização do voto deveria coincidir com a socialização das riquezas, no sentido de assegurar a todos uma renda mínima e os três direitos básicos, pela ordem: alimentação, saúde e educação. Como isso não consta da pauta do sistema, procura-se inverter o processo: inocula-se na população o horror à política de modo a relegá-la ao domínio privado de uns poucos.

Marcos F. Lopes da Silva,

Asa Norte

Sinal dos tempos

Juscelino Kubitschek de Oliveira, o mágico e predestinado dos céus, que sonhou e construiu Brasília, não conseguiu entrar na Academia Brasileira de Letras — que, por coincidência, chegou a ser presidida por um colega meu, do Colégio Pedro II, o machadiano Domício Proença Filho. Ele perdeu a eleição para o festejado autor goiano Bernardo Élis, "amigo do general Lyra Tavares e de Adolpho Bloch, dono da revista Manchete, que escrevia se tratar do candidato dos militares para derrotar JK" (O Popular, 27/3/2018). Enquanto isso, com toda a justiça, a egrégia instituição acolheu em seus braços, calorosa, recentemente, os nossos consagrados artistas Gilberto Gil e Fernanda Montenegro. Sinal dos tempos?

Lauro A. C. Pinheiro,

Asa Sul

Reeleição

Quem diria, o Bolsonaro atrelado aos "meninos e meninas" do Centrão. Para mim, não foi novidade nem decepção. O digno ex-deputado transitou livre pelo período de 28 anos singrando de braçadas nas tetas do dinheiro dos contribuintes por nove partidos. Em campanha pelo Brasil afora não lembrou deste fato. "Pô, não vou me juntar ao Centrão..." — são palavras do candidato ao governo federal em 2018. E a rixa que ele tinha com o deputado Valdemar da Costa Neto, que fora preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e do senador Ciro Nogueira, citado em matérias pelo escândalo da Lava-Jato. Hoje, estão de braços dados na mesma "peleja" a reeleição". Como diria meu velho e saudoso pai: "Dá nojo".

Hortêncio Pereira de Brito Sobrinho,

Goiânia (GO)

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