» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 15/04/2022 00:01

Sigilo

"A mulher de César não basta ser honesta, precisa parecer honesta." Esse pensamento de Júlio César passa longe das atitudes do presidente Bolsonaro, quando ele exige, por decreto, sigilo por cem anos de conversas que ele teve com dois pastores, enrolados numa investigação no Ministério da Educação, e com o mensaleiro Waldemar Costa Neto, conforme amplamente noticiado pela mídia. O que teria de tão atentatório à segurança do presidente essas conversas? Mais um tiro no pé, pois o que deixa transparecer é que seriam conversas que colocaram o presidente numa saia justa. O então presidente Itamar Franco fazia questão que jornalistas estivessem presentes às audiências quando ele desconfiava que seu interlocutor era suspeito. Quanta diferença!

Paulo Molina Prates,

Asa Norte

Dólar

O ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Franco é conhecido por sua capacidade de elaborar frases de efeito. Tamanha é sua desenvoltura nessa seara que ganhou o apelido de "poeta dos economistas". Menos célebre é a lembrança de ver como, ao tentar segurar o dólar, intensificou a crise cambial que pegou o Brasil no contrapé em 1988 e perdeu o cargo pouco tempo depois. É esse tipo de trajetória que o presidente atual da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, não segue, mesmo navegando por mares turbulentos na crise sanitária e agora em meio aos efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia. Em vez de usar todos os recursos de que dispõe para conter a escalada do dólar, o Banco Central tem agido cirurgicamente para garantir a volatilidade da desvalorização do real. O BC, ao agir com firmeza sobre as instabilidades, mostra-se seguro para controlar a saúde financeira do país.

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras - DF

Aeroportos

Escrevi nesta coluna, algumas vezes, sobre a cultura retrógrada de mentalidade e operação de vários aeroportos pelo país afora. Questiúnculas são exacerbadas, em detrimento de procedimentos realmente necessários, causando atraso e mal-estar entre passageiros e funcionários. Já vi de tudo um pouco, embora não seja viajante contumaz. Furtos de objetos no Raio-X, baculejo, inclusive entre pessoas de gêneros diversos, até mesmo com apalpação dos genitais (ato ilegal, feito por não policial, mesmo com a anuência do passageiro), apreensão absurda de itens como: cola escolar, escova de dentes e azeitonas (confundidas com munição). Pedido de retirada completa de roupas, sem motivo justo, apreensão de talco e amidos, confundidos com cocaína. Enfim, um Febeapá digno do Stanislaw Ponte Preta. Enquanto isso, itens flagrantemente proibidos, como substâncias inflamáveis, canivetes, explosivos e drogas, entre outros, passam incólumes. Dos que conheço, o de João Pessoa é campeão em implicâncias e desvarios. Outros têm melhorado, especialmente na cortesia dos funcionários, mais bem treinados, que não se intrometem onde não são chamados e conhecem suas prerrogativas e as dos passageiros, não se metendo a policiais. Fora tudo isso, desordem nas filas de embarque, espera de mais de uma hora para despachar voluntariamente uma simples bagagem de mão, embarque de adultos e crianças, sem identificação e sem acompanhamento, idosos submetidos a inúteis e longas esperas de pé etc. Merece destaque o descontrole nas esteiras de retirada de bagagem despachada, onde qualquer um pode, inadvertidamente ou não, retirar a de outrem, tornando inúteis as etiquetas de identificação. Nos ônibus, surpreendentemente, isso é rigorosamente verificado.

Humberto Pellizzaro,

Asa Norte

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