Mande-me notícias
Como vai você que tanta esperança tinha de que, a partir de 2019, viveria dias melhores? A sua qualidade de vida e de seus familiares melhorou? O seu poder de compra aumentou ou diminuiu? Você tem conseguido colocar comida suficiente na mesa para alimentar os seus dependentes? Você precisou dispor de parte de seu patrimônio para cobrir gastos com necessidades básicas? Em virtude do aumento do preço da carne bovina, você precisou repensar o cardápio, fazendo substituições? Você está cozinhando com restos de madeira ou com gás? Você está podendo comprar cenoura, tomate, batata, banana e maçã? Olha, eu quero saber como vai você? Aqui está tudo... Não, melhor calar. Mande-me notícias antes das próximas eleições. O seu relato poderá me ajudar no cara a cara com as urnas.
Jeovah Ferreira,
Taquari
Marco Aurélio
Os brasileiros acordaram, hoje, perplexos e estremunhados com as notícias estampadas na mídia, segundo as quais o digno, respeitável e probo ministro aposentado Marco Aurélio de Mello, primo do ex-presidente Collor e nomeado por ele para o STF, reprovou a condenação imposta pela Suprema Corte ao desequilibrado, agitador e marginal de carteirinha deputado Daniel Silveira, mesmo considerando que a fala do parlamentar, "para mim, implica quebra de decoro". Nada, no entanto, absolutamente, de se estranhar. Pois, como todos nós nos lembramos, S. Exa., em passado recente, foi quem tirou da cadeia o trambiqueiro Salvatore Cacciola, dono do Banco Makra — que, no dia seguinte à soltura, sem ter tido o passaporte apreendido, escapou, calmamente, como era de esperar, para a Itália. E, além disso, foi ele quem soltou da prisão o megatraficante André do Rap, tido como um dos nomes mais importantes na liderança do mercado de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo — ainda "foragido". A propósito, todas essas decisões, "estranhas", tomadas após breves audiências com esses ricos e prósperos criminosos, acabaram tardia e higienicamente derrubadas pelos seus pares na Corte.
Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul
Acumulado bélico
O acúmulo de guerras no mundo só confirma a tese de que se deu, no máximo, o avanço da democracia totalitária entre nós. Entendo por democracia totalitária aquela que concede a todos liberdade virtual e exclui a maioria do usufruto de bens essenciais, como alimentação, saúde, educação, moradia, trabalho, cultura e lazer. A mundialização como respeito, acolhimento e alteridade entre os povos vem sendo prejudicada pela disputa hegemônica do globo, a começar pelo poder bélico. Expressando independência intelectual e autonomia nacional, Manuel Odorico Mendes (1799-1864), em Eneida brasileira: tradução poética da epopéia, de Públio Virgílio Maro, já havia criticado a supremacia do comando beligerante como progresso civilizacional. Há tempos, portanto, a insanidade predominante no concerto das nações desgasta e inviabiliza a cultura do diálogo, enfraquecendo o sucesso das redes de cooperação e entendimento. Com isso, agigantam-se déspotas mesquinhos e inescrupulosos. Urgentemente, a economia solidária e o desenvolvimento sustentável devem contracenar com um processo educativo que possa livrar os cidadãos da corrupção e dos demais mecanismos que puxam para o alto a cultura da violência, a prática da exclusão e a desigualdade social.
Marcos Fabrício L. da Silva,
Asa Norte
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