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Correio Braziliense
postado em 02/05/2022 00:01

Manifestações

Comparando o público que esteve presente em duas manifestações, em São Paulo, a da Praça Charles Miller, a favor de Lula, e a da Av. Paulista, a favor de Bolsonaro, e outras pelo país, o trabalho dos institutos de pesquisas não vai ser mais convencer o povo de que o Lula é o líder, mas de que as pessoas não estão vendo o que realmente estão.

Roberto Doglia
Azambuja,

Asa Sul

Marte e Minerva

Na Eneida brasileira: ou tradução poética da epopéia de Públio Virgílio Maro, realizada pelo latinista maranhense Odorico Mendes (1799-1864), os primeiros versos já apontavam para o endeusamento equivocado de Marte como norte civilizatório: "Eu, que entoava na delgada avena/Música rude, e egresso das florestas,/Fiz que as vizinhas lavras contentassem/A avidez do colono, a campesinos/Grata empresa; de Marte ora as horríveis/Armas canto e o varão que, êxul de Tróia,/Primeiro os fados prófugo aportaram/Na Hespérica Lavino. Em mar e em terra/Muito o encontrou violenta mão suprema,/E o lembrado rancor da seva Juno;/Muito em guerras sofreu, na Ausônia quando/Funda a cidade e lhe introduz os deuses:/Donde a nação Latina e Albanos padres/E os muros vêm da sublimada Roma" (Editora da Unicamp, 2008). Aqui citados, Marte, deus romano, filho de Júpiter e Juno, representa a guerra sangrenta, com viés agressivo e violento. A irmã de Marte, Minerva, deusa romana das artes, do comércio e da sabedoria, conhecia de perto as estratégias de guerra. Porém, não estava associada às batalhas e aos confrontos belicosos, preferindo o caminho diplomático da crítica da ordem injusta. Como bem disse o sociólogo francês Raymond Aron (1905-1983): "Se Clausewitz estiver certo ao dizer que a guerra é uma mera continuação da política por outros meios, eu ouso dizer que diplomatas são soldados que usam a política para defender os interesses nacionais por meios pacíficos" (Paz e guerra entre as nações, 1962). Convém escutar Minerva, portanto, se o mundo quiser sair das garras de Marte.

Marcos Fabrício L. da Silva,

Asa Norte

Corrupção

A quem o nove dedos tenta enganar? Se toda a fortuna surrupiada em poder da família, fosse devolvida, com correção monetária, multas e juros, ainda assim, não poderia jamais, se autoproclamar inocente. Levamos tapas na cara todos os dias, do maior ladrão dos nossos suores, ainda rindo de nós otários. Chegará o dia em que a parcialidade da Justiça, se tornará um triste passado. Aí, sim, voltaremos a ser felizes.

Jivanil Caetano
de Farias,

Jardim Botânico  


Intolerância

Informa o boletim médico do universo: o mundo está doente. Em frangalhos. Implodindo em rancor, ódio, bravatas, insultos, badernas, desamor e intolerância. A insuportável ânsia pelo poder esmaga corações, destrói famílias, esperanças, sonhos. O mundo respira por aparelhos, recuperação difícil. O quadro piorou, depois da pandemia. Abusos dominam todos os setores. Crises sérias, criadas por desavenças ideológicas. Ninguém cede. O povo sofre com a brutal hostilidade dos poderosos.

Vicente Limongi Netto,

Lago Norte

Equívoco 

Há um mês cometi um equívoco. Escrevi carta nessa prestigiosa coluna em que enalteço um fenômeno: dólar cai, bolsa de valores sobe, e commodities levam a economia a bons resultados. Certo? Errado. A turbulência do sistema político brasileiro conduziu a esse equívoco. Sabemos que o problema econômico no país deve-se em parte ao exterior (guerra na Ucrânia e pandemia na China), mas os problemas aqui conduzem a erros nas previsões. Isso se torna possível no atual estágio de tensões políticas. Nas eleições de 2022, esses fatos devem ser considerados, sob pena de naufragarmos em mar revolto.

Enedino Corrêa da Silva, 

Asa Sul

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