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Correio Braziliense
postado em 12/05/2022 00:01

Inflação

A inflação está corroendo o poder de compra dos trabalhadores e o governo arrumando confusão para fugir de suas responsabilidades. O presidente Jair Bolsonaro tem passado de todos os limites da incompetência. Seu governo é um desastre. Se o Brasil optar por dar mais quatro anos de poder a Bolsonaro, vai afundar de vez.

Carlos Nascimento,

Sobradinho

Humanidade

Dia após dia, ve-se a progressão da degradação e degeneração dos indivíduos e do mundo, passando pelas famílias, comunidades e países. É um processo irreversível, imparável e inexorável, do qual ninguém escapa. E quase ninguém, ao que se vê, está levando muito a sério, porque não se demonstra qualquer tipo de preparação efetiva e prática. A humanidade está sendo empurrada para um beco sem saída. As pessoas temem isso, mas não se mexem por si mesmas, estão sendo levadas compulsoriamente. Chegaremos rapidamente a um estado de desordem e paralização generalizada, quando será muito difícil se movimentar ou executar qualquer ação necessária, como gerar energia ou produzir alimentos e bens. Advertências não faltaram, e os que alertaram sobre tudo isso foram tomados como loucos, visionários e místicos. Os líderes mundiais e os cientistas já falam abertamente sobre um conflito mundial inevitável e devastador, que pode eclodir a qualquer momento. Simultaneamente, uma reação violenta da natureza com graves fenômenos climáticos e desequilíbrio ambiental. A falência do sistema político, econômico e social mundial já é evidente. E como será sobreviver doravante, nesse caos? Um místico, assim chamado, disse: àqueles que pretendem não sucumbir, "será exigido o autosacrificio em grau supremo". Quem viver verá, assim nos ensina a sabedoria popular.

Humberto Pellizzaro,

Asa Norte

Carnaval

Para o antropólogo Roberto DaMatta, um dos mais argutos observadores do cotidiano brasileiro, intelectual que sempre circulou entre as casas e as ruas, o carnaval é o mais bem-acabado retrato do país. Segundo DaMatta, a folia "inverte, traz o fundo do poço para cima, como virar uma bolsa de cabeça para baixo ou uma roupa do avesso". Numa sociedade que teve reis, imperadores, uma aristocracia pesadíssima, com a escravidão negra, uma sociedade patronal e tradicional, é natural que brotem "momentos orgiásticos" e, não por acaso, em boa parte dos sambas-enredo de tantos carnavais, brincar com o passado monárquico sempre foi um tema de especial apreço. Dito de outro modo: os dias de samba, suor e cerveja servem de espaço para gritar contra o que não vai bem, contra o político municipal, estadual e federal, contra tudo aquilo que, nos demais dias do ano, a população engole na marra, independentemente da coloração ideológica. O carnaval é, enfim, a temporada natural de protesto e resistência, pouco importa o nome que se dê à vontade irrefreável de dizer não, de bulir, com graça e sarcasmo, com a seriedade instalada por decreto. Nesse caminho, o carnaval há de ser o oásis de que tanto nos orgulhamos, para tudo terminar na Quarta-feira de Cinzas e os problemas do Brasil exigirem, na vida como ela é, sem festa, a vigilância e a permanente participação democrática de todos.

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

Educação

Nossa criatividade, tipicamente brasileira, continua existindo, apesar da escola que nos ensina história da literatura antes mesmo de nos inserir no universo estético da escrita, do mesmo modo como iniciamos o estudo da gramática antes mesmo de termos consolidado a leitura. "As raízes da crise na educação brasileira vêm desde que ela foi criada para a manutenção do paradigma colonizador e explorador europeu. Fundamentada na ideologia norte-americana, que as fortalece, estabelecendo o ensino como mercadoria e a escola como fábrica de operários e de consumidores em potencial. Pois quem subjuga o trabalho e o pão tem o controle e dita as normas no sentido de garantir e ampliar as suas próprias benesses, e, assim, sempre. Ou seja, escola e educação fundem-se em uma única instituição burocratizada e antagônica aos interesses do projeto social maior. Mantida para gerir modelos econômicos internacionais e os interesses das elites capitalistas de todo o dito mundo civilizado" — adverte o professor Antonio da Costa Neto, em artigo publicado no livro Educação contemporânea: ideias, desafios, propostas (2021). Para sair da educação conservadora e ingressar na educação transformadora, a sociedade precisa buscar algo além do ensino propriamente dito. Refiro-me às oportunidades de estimular o pensamento, crítico e criativo, o pensamento vivo, por meio da filosofia, da literatura, da ação, da vida. Estamos todos, hoje, provocados a inventar mundos menos desiguais, onde o valor da vida seja a grande moeda, em vez da exploração do consumo, da ausência de densidade humana e de alegria.

Marcos Fabrício Lopes da Silva,

Asa Norte

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