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Correio Braziliense
postado em 20/05/2022 00:01

Bolsonaro

Quando vejo um discurso de Bolsonaro pela televisão, desligo o som. Mesmo assim, compreendo perfeitamente o que ele fala. Sei que são palavras agitadas. Ou melhor, palavrões, que ele considera palavrinhas. São discursos bravios, iracundos com as urnas eletrônicas, xingando a tudo e a todos. No dia que ele cumprimentar civilizadamente algum ministro do STF, tirando seus dois aliados, será um grande escândalo. Seus gestos denunciam nervosismo. Sua obsessão em enxergar irregularidades no processo eleitoral brasileiro expõe mais ainda sua doença. Em psicologia, denomina-se neurose. Talvez tenha adquirido esse comportamento obsessivo dentro das escolas do Exército. Limpando obsessivamente armas. Seu primarismo revela que nunca cursou a escola primária. Não tem como negar que seus ídolos são Trump, o obsessivo; Putin, o cabeça dura; Kim Jong-un, o cortina de ferro. Com a perspectiva de golpe rondando, o jargão de sua campanha presidencial será: "caro eleitor, tenho a vos oferecer sangue, suor e lágrimas". É lamentável dizer, mas Bolsonaro é um perturbado mental. Sua exortação à população para se armar, em pleno funcionamento da democracia, comprova isso. Parece ter orgulho em ser desequilibrado. Só falta gritar ao mundo: viva Deus! Ele disse que nunca irá preso. Mas pode ir para um hospício. Voltando à primeira frase do texto. Desligo o som da tevê porque o tradutor de Libras — não sei nada dessa linguagem fantástica para surdos —, pelo gestual, traduz perfeitamente o estado de espírito do presidente. Poupa nossos ouvidos.

Eduardo Pereira,

Jardim Botânico

Cargos

Algo que me intriga é a quantidade de pessoas que se lançam a ocupar cargos eletivos, em todos os níveis, desde pequenas associações, prefeituras, governos estaduais e nacional. Uma responsabilidade tremenda, elevado estresse, falta de vida privada, entre outros supostos sacrifícios. Mas tem também as vantagens, pelo menos para aqueles que planejam se locupletar nos cargos, além de sabermos que o poder é sedutor e embriagante. A ambição pelo poder transforma-se em uma guerra, temos visto. Podem falar o que quiserem, mas não se sabe de nenhum dos presidentes militares que tenha tirado vantagem pecuniária das posições que ocuparam, assim como Juscelino e uns poucos mais.

Humberto Pellizzaro,

Asa Norte

Fachin

O ministro Edson Fachin, preciosidade da Dilma Rousseff, em resposta às Forças Armadas da Nação, afirmou que "quem cuida da eleição são as forças desarmadas". E foi desse jeito que o ministro atuou em relação a população que aspira um país melhor, sem corrupção. Com uma canetada deixou a população "desarmada", novamente, à mercê dessa mesma turma que deitou e rolou desviando para fins ilícitos os suados recursos da nação. E, pasmem, ainda conseguiu que, juntamente com os seus pares, colocassem a culpa no Sergio Moro, que trabalhou em jurisdição errada, né?

Vilmar Oliva de Salles,

Taguatinga

Dúvida

Nesse confuso momento político nacional, uma grande interrogação paira sobre a cabeça do eleitor no que se refere a sua intenção de voto, se opta por trazer de volta a cena política um ex presidente, cujo passado recente não resiste a uma sindicância, no mais amplo sentido do termo, ou se vota por manter no poder o atual mandatário, que, diga-se de passagem, também não é nenhum santo, como se costuma dizer. Quem viver, verá!

José Marques,

Tatuapé (SP)

Conflito

O Brasil iniciou 2022 em alta voltagem política e ainda abalado pela epidemia de coronavírus. A temperatura política está elevada, além de favorecer conflitos e disputas. Espera-se que as boas expectativas econômicas, atreladas às declarações reformistas dos candidatos ao Palácio do Planalto, aliviem as tensões políticas. Porém, não é o que vem ocorrendo, visto que o governo tem como estratégia manter o embate ideológico acirrado. Para tal, usa de uma narrativa dura e agressiva contra aqueles que identifica como adversário. Salvo melhor juízo, com os ataques, feitos a partir de um discurso "neotenentista" e antiestablishment político, o presidente Jair Bolsonaro visa manter mobilizado o eleitorado que o elegeu. Com esse grupo agradado, pensa que poderá vencer no primeiro turno as eleições, ou estar no segundo turno, enfrentando os esquerdopatas. A manutenção do conflito é ruim, embaralha e confunde o eleitor. Paradoxalmente, os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus podem provocar um chamamento à responsabilidade, para que se mantenha o avanço das reformas que o Brasil necessita.

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

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