» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 05/06/2022 00:01

Esperança

Assim falou Santo Tomás de Aquino (1225-1274): possuímos a libido felicitatis ou a pulsão de ser felizes. Descartes (1596-1650), por sua vez, disse que a felicidade é o "perfeito contentamento de espírito e profunda satisfação interior". No entanto, basta olhar em volta e constatar quanta infelicidade existe. O desafio é manter o colorido dentro de nós diante do ataque acinzentado dos problemas. Esperança é justamente o que temos quando nos encontramos em uma encruzilhada. É a nossa relação com caminhos possíveis, caminhos cruzados, caminhos abertos, caminhos por abrir. Entristece saber que o capitalismo é parasitário. Não quer formar cidadãos. Quer gerar consumistas. Por isso, intimida uma série de ações voltadas para a ética e para a solidariedade. A liberdade e a igualdade só andarão de mãos dadas no universo da realização fraternal. A esperança se dá justamente onde a alegria do processo e a felicidade do produto zelam pelo desenvolvimento harmônico da vida em plenitude e abundância. Trata-se de um investimento civilizatório equivocado apostar todas as nossas fichas na promoção do ego. No momento em que reina a felicidade despótica, a expressão da alteridade se apresenta como a grande chance para a humanidade exercer "uma poética da Relação, segundo a qual toda a identidade se prolonga numa relação com o outro" — segundo aponta Édouard Glissant (1928-2011).

Marcos Fabrício Lopes da Silva,

Asa Norte

Lei Rouanet

Dia desses passei a analisar, qual seria a diferença dos artistas que se aproveitavam da Lei Rouanet, dos "artistas" que fazem as rachadinhas. No caso da Lei Rouanet, quão periculososo poderia ser um cidadão, que aproveita as lacunas de uma lei e tira proveito dela, mesmo sem fazer jus. Conclui que quem solicitou esse dinheiro é um oportunista, espertalhão, mas o gestor que autoriza um projeto, cujo autor, sabidamente, não faz jus a ele, deveria responder por isso. Analisando os "artistas" das rachadinhas, feitas por senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores, eleitos para gastar bem o dinheiro do povo em benefício dos cidadãos. Quando desvia parte desse dinheiro em benefício próprio, está cometendo um crime e, aí, como adjetivei os artistas do primeiro item de oportunistas e espertalhões, esses adjetivos cabem também para os artistas do segundo item. Se alguém quiser acrescentar mais alguns como ladrões do dinheiro público, safados, desonestos e bandidos, não estará exagerando. Diante dessa análise, difícil não lembrar da satisfação do nosso presidente fake, ao dizer que acabou com a mamata dos que se beneficiaram da Lei Rouanet, e os "artistas" das rachadinhas?

Valter Eleutério da Silva,

Taguatinga

Triste país

Dia desses vi uns garotos desenhando suásticas num muro, com a legenda: Hitler acima de todos. Um país que foi lindo e varonil, chamado Brasil, não aguenta mais! A fome avassaladora, a saúde em decadência, o gás e os alimentos entoando Hosana nas alturas. Rabiscar uma imagem hedionda, como se fosse um símbolo pátrio, é inquietante e assustador. Um falecido "filósofo" legou-nos um rastro de escuridão. A ponto de haver gente que acredita em sua lenda de como não se tornar idiota... Medo, ignorância e abuso são o 'novo normal'. Triste Brasil de enganos mil.

Thelma B Oliveira,

Asa Norte

Sistema S

O governo encostou uma faca pontiaguda na barriga do Sistema S: corta, ou nós cortamos! Merece podas? Resumindo, há o que cortar, e há que proteger algumas realizações estupendas. O Sistema S reúne sete irmãos. Como os da indústria e do comércio são cachorros maiores, simplificamos a análise, ficando apenas com eles. Senai e Sesi são do patronato industrial. Senac e Sesc do comércio. É melhor, porém, alinhar Senai e Senac de um lado e, de outro, Sesi e Sesc. Os dois primeiros são parte do sistema econômico. Preparam o capital humano, sem o qual não há como pensar em boa produtividade. Não podem escapar da lógica de mercado. A administração pelos patronatos, que são os que contratam os graduados, reduz os riscos de cursos desconectados com a demanda. Infelizmente, federações estaduais fracas tendem a ser menos rigorosas nas cobranças dos seus "S". Portanto, o Sistema S precisa repensar seus portfólios. Alguns estados avançam, outros patinam com programas bolorentos ou sem massa crítica, merecendo uma navalha afiada. Uma direção segura é concentrar os recursos na educação. O grande potencial é virarem laboratórios educativos. Isso porque podem recrutar as mais ilustres cabeças pensantes e alcançar avanços que nem o o público nem o puramente privado conseguem obter.

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags