Sabendo que as guerras são todas travadas em nome do dinheiro, não é de se estranhar que nesses jogos da morte, os ricos, que permanecem na retaguarda, ponham na frente da batalha apenas a parcela pobre da população, que luta por uma causa que não lhe diz respeito. É, em síntese, o leitmotiv de todas as guerras e que mostra bem quem perde e quem ganha com esses conflitos, não sendo diferente no caso atual envolvendo a Ucrânia e a Rússia. Esse é de fato um conflito sangrento, que deveria ser denominado mais apropriadamente como a Guerra de Putin.
Ele é diretamente o principal protagonista desse conflito, sua razão e finalidade, sendo também aquele, que permanecendo em segurança, distante à milhares de quilômetros do front, ordena, sem remorsos e por uma pulsão incontrolável de morte, que jovens de famílias pobres e sem perspectiva, marchem unidos em direção aos campos de morte.
Desde que chegou ao poder naquele país do Leste europeu em 1999, tem sido essa a estratégia macabra de Putin, um ex-integrante da tenebrosa KGB, um indivíduo claramente paranoico e perturbado pelos anos de treinamento como espião, capaz de suspeitar da própria sombra. Um personagem que vem fazendo história como o mais novo genocida do século 21.
Em seu currículo, todo ele escrito com as tintas rubras de sangue, acumula um rastro de mais de cinco guerras oficiais, em suas fronteiras próximas e longe delas, e um número incontável de outras escaramuças, onde tem deixado centenas de milhares de mortes, de todas as idades, de todos os credos e culturas.
Para tanto, não hesita em movimentar sua numerosa máquina de guerra, comandada pelos maiores e mais estrelados carniceiros e assassinos de alta patente da atualidade, cuja missão é destruir tudo e matar indiscriminadamente todos pela frente. São verdadeiros açougueiros, treinados para eliminar vidas, todos eles apresentando o peito cheio de medalhas vazias, que nada mais representam do que os números de cadáveres que colecionam em suas missões.
Para dar prosseguimento livre a um governo tão brutal, Putin persegue e manda prender, envenenar e assassinar todos os opositores, reprimindo e censurando a imprensa interna, controlando o parlamento, a justiça e a economia do país, pondo no comando das empresas do Estado pessoas ligadas diretamente a ele, num esquema que vem sendo conhecido agora pelo mundo, com a prisão de muitos oligarcas bilionários ligados ao poder. Enquanto a população empobrece, a olhos vistos, privada de tudo, esses oligarcas e o próprio Putin, com a indústria de armamentos, de petróleo do país, todos eles mancomunados com o ditador eslavo, não sabem onde esconder e lavar tanto dinheiro desviado dos cofres públicos.
Trata-se aqui de um autêntico criminoso e de guerra a quem o mundo vai conhecendo e tomando medo e ojeriza. Não só por isso, deveria merecer por parte das autoridades do Brasil, caso tivéssemos ainda algum traço de dignidade e senso de ética, todo o repúdio e condenação, afastando nosso país de todo e qualquer relacionamento com aquele Estado, enquanto esse ditador não for devidamente afastado do cargo e julgado por seus crimes contra a humanidade.
Envergonha os brasileiros de bem, que o atual presidente da República, tenha realizado, com sua família, uma visita amistosa ao tirano, em plena guerra, emprestando-lhe solidariedade em nome do povo.
Não pode haver solidariedade com criminosos e, por certo, os cidadãos de bem não endossam esse apoio a alguém que será julgado com toda a severidade pela história. Há ainda, nesse caso, o olhar cúmplice e sempre de paisagem feito pela diplomacia do Itamaraty, alheio a esses fatos sangrentos e à uma relação que nos afronta e amedronta. Infelizmente, desde o nascer o século 21, o Ministério das Relações Exteriores não apenas parece ter perdido o respeito do resto do mundo, como perdeu o próprio rumo, andando as voltas como cachorro doido que corre atrás do próprio rabo.
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