» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 19/06/2022 00:01

Mudanças

Em meio a essa crise dos preços dos combustíveis, em que muita gente acorre aos postos para abastecer seus carros pelo menor valor da gasolina, apressei-me aos supermercados temendo efeito cascata com a cerveja. Ela, a cerveja, é o combustível que move a alma. Julgo. Sorvendo uma cervejinha friamente no fim da manhã, ou melhor, geladamente, e lendo o roteiro traçado das últimas 24 horas no mundo pelos jornais, teremos a capacidade racional de analisar suas tragédias nas páginas da editoria Mundo, e seus encantos nas páginas de Cultura. Se não temos a capacidade e interesse mínimo de previsão do instante seguinte que nos acachapa — ih, vou confirmar no dicionário o significado desse verbo. Aliás, há quanto tempo, você, provável leitor, não consulta um dicionário? —, então o homem viverá o eterno dilema de se humanizar de forma adequada ou viver sempre fragilizado. Bem, estava eu na fila para pagar a cerveja e percebi que os mostruários na frente dos caixas não têm mais as revistas semanais, mensais e best sellers, ali estrategicamente expostos para despertar interesse dos consumidores. Agora só tem chocolates e guloseimas. Será que a leitura desses periódicos migrou para o digital, ou caiu seu índice de leitura? Era muito legal relancear suas manchetes. Em síntese, ali estava o mundo em revista, e tínhamos ideia de seu comportamento. Tinha gente que pegava algum exemplar e ficava lendo, só para passar o tempo, até ser atendido. Como é hoje com o celular. Já que estávamos comprando, uma revista a mais não iria endividar tanto. O que despertava mais atenção, eu comprava. Ou, já pensando quem estaria nas entrevistas; nas crônicas das últimas páginas; nas ilustrações e diagramações bem elaboradas; as reportagens especiais; os artigos dos especialistas. Muitas querendo ter o charme de uma The New Yorker. Agora, tenho assinaturas. Incrível como não percebemos a mudança na comunicação. Da palavra oral para a impressa e, agora, a digital. Mesmo com tanta fartura de meios comunicativos, parece que o homem regride mais. É só ver as manchetes de revistas e jornais.

Eduardo Pereira,

Jardim Botânico

Gasolina e diesel

Ninguém concorda com os sucessivos aumentos de preço dos combustíveis. Mas é muito ruim assistir ao presidente esbravejando e responsabilizando apenas a estatal pelos desenfreados e frequentes reajustes. Fala como se a política econômica do seu governo, nas mãos de Paulo Guedes, não tivesse responsabilidade pelo caos em que o país está mergulhado. Também não adianta responsabilizar a covid-19 e, agora, a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Antes desses infelizes episódios, o Brasil e sua população amargavam a falta de políticas públicas na economia, na educação, na saúde, na segurança pública... Enfim, em todos os setores, inclusive, no que se refere aos combustíveis. Convenhamos, o Brasil entrou em rota de desgoverno desde 1º de janeiro de 2019. Esbravejar, dá uma de machão, sugerir abertura de CPI, achar positivo as perdas de R$ 30 bilhões diários da Petrobras, não ajudam em nada. Mas os faniquitos presidenciais reforçam a visão da maioria dos brasileiros sobre o governo: um país governado por bolsonaristas e militares é uma desgraça.

Euzébio Queiroz,

Octogonal

Exagero

Creio que o jornal exagera (Correio, 18/6) chamando Caetano Veloso de "gênio", na primeira página. Gênios legítimos e memoráveis, a meu ver, são Mozart, Tom Jobim, Chopin, Beethoven, Pelé, John Lennon, Pixinguinha, Machado de Assis, Garrincha, Carlos Gomes, Oscar Niemayer, Leonardo Da Vince, Rui Barbosa, William Shakespeare, Honoré Balzac, Marcel Proust, Cândido Portinari, Fiodor Dostoievsk, Dante Aigheri, Oscar Wilder e Giovanni Boccaccio.

Vicente Limongi Netto,

Lago Norte

Covid-19

Mais uma vez, os governadores, sem fechar um acordo com o novo coronavírus, orientaram a população a abandonar o uso da máscara de proteção. O indigesto e letal inimigo que, em momento algum aceitou, ou pelo menos acenou com a possibilidade de trégua, voltou a vitimar os brasileiro, sem distinção de raça, cor, idade ou estrato social. Quem passar por perto, cai na armadilha e os desfechos são imprevisíveis. Acho que alguém, com saber e sabedoria, tem que avisar aos governadores que o período pré-eleitoral não os credenciam a desafiar o invisível inimigo, que matou quase 700 mil compatriotas e mais de 1 milhão nos Estados Unidos. Recado dado.

Eduarda de Paula e Silva,

Asa Norte

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