» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 20/06/2022 00:01

Insensibilidade

Participando de motociata, em Manaus, com coronel reformado do Exército, capacho, Alfredo Menezes, na garupa, ambos sem capacete, Bolsonaro afrontou e debochou dos assassinatos e das memórias do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês, Dom Phillips. Inacreditável insensibilidade e desrespeito.

Vicente Limongi Netto,

Lago Norte

Desrespeito

Após três anos de desgoverno, não surpreende a falta de empatia do inquilino do Planalto com as muitas tragédias enfrentadas pelos brasileiros. No auge da pandemia, tais atitudes ocorreram como enxurradas. Ele queria todos nas ruas para contrair o letal vírus, pouco se importando com o crescimento do número de vítimas. Não revelou nenhuma consternação com a tragédia de Brumadinho. Mais recentemente, foi passar o réveillon em Santa Catarina, enquanto dezenas de pessoas morreriam nas enchentes causadas pelos temporais na Bahia. Neste fim de semana, participou de uma motociata em Manaus, capital do Amazonas, estado onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram executados covardemente, no Vale do Javari, simplesmente por defenderem os direitos dos povos indígenas e a preservação da Amazônia. É muito triste ter um presidente tão desalmado e grosseiro. Mas não poder-se-ia esperar um comportamento menos vergonhoso de um político que recorre a palavreados de calão para fugir das suas responsabilidades como governante.

Herondina Soares,

Sobradinho

Mandantes

Quem mandou dizer que não há mandantes no crime da Amazônia? Quando do episódio burlesco da suposta facada em Juiz de Fora (MG), a Polícia Federal demorou dois anos para perceber ou divulgar que não havia mandantes ligados a Adélio, e o PT e o PSol nada tinham a ver com aquela encenação teatral. Agora, o Brasil e o mundo assistem perplexos aos desfechos dos crimes bárbaros contra um jornalista britânico e um indigenista brasileiro e leem que a PF, em alguns dias sem ter investigado profundamente, dizer que não há mandantes naquele crime pavoroso. A história se repete no governo Bolsonaro, assim como Marielle e Anderson foram assassinados numa emboscada e até hoje, quatro anos depois, não temos o(s)s nome(s) do(s) mandante(s). Agora, neste crime na Amazônia oficialmente não teremos mandantes também. Quem mandou a PF dizer que não há mandantes?

Rafael Moia Filho,

Bauru (SP)

»Em meio às investigações, a Polícia Federal garantiu que não houve "mandante" no caso do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, mortos, esquartejados, queimados e enterrados nos confins da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. Se a apuração está em andamento; se foram detidos quatro homens, um deles confessou os assassinatos e ainda há vários suspeitos, por que a Polícia Federal foi tão taxativa para descartar que os crimes tenham sido por encomenda? Há algo de errado. A declaração parece ter a intenção de encobrir verdadeira motivação dos crimes, que não ocorreram porque Dom Phillips e Bruno Pereira eram personas non gratas na região.

José Ricardo de Almeida,

Jardim Botânico

VAR

A aplicação do VAR, o árbitro assistente de vídeo, vem se mostrando um problema em todo o mundo. Seu lema, segundo a FIFA, é "interferência mínima, benefício máximo", mas o que temos visto até o momento é justamente o contrário. O comentarista Mário Vianna dizia que o árbitro era a "autoridade máxima do espetáculo". Hoje, o apitador virou mero coadjuvante. Os defensores do VAR argumentam, de maneira coerente, que sua função é impedir erros graves. A teoria é bonita, mas a prática é complexa, porque fere o espírito da lei. A regra do futebol foi evoluindo para tornar o jogo mais dinâmico, como o fim do recuo para o goleiro ou a adição de mais bolas e gandulas ao redor do campo. E, a partir do momento em que se criou esse grande negócio milionário que é o apito tecnológico, matou-se a fluidez do jogo. A perda de autoridade do árbitro. Por exemplo, antigamente o assistente só marcava impedimento e indicava quando a bola cruzava a lateral ou a linha de fundo. Depois, ele passou a ter o poder de assinalar faltas. Os donos do apito começaram a transferir responsabilidade. O mesmo acontece agora com o VAR: os árbitros botam a mão no ouvido e deixam o circo pegar fogo, o que só irrita os atletas, torcedores e telespectadores. O VAR é a versão moderna daquele bordão de Abelardo Barbosa, o inesquecível Chacrinha: não veio para explicar, mas, sim, para confundir. A regra é clara, mas também é subjetiva, e, à medida que se põe mais gente para interpretá-la, haverá mais confusão. Em tempo: será que podemos fazer um comparativo do VAR com os onze árbitros do Supremo Tribunal Federal (STF)?

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

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