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Correio Braziliense
postado em 23/06/2022 00:01

Holocausto ecológico

Com o poema Canção do Exílio (1846), de Gonçalves Dias (1823-1864), a autoestima brasileira ganhou forte impulso. A exaltação da natureza, nesse sentido, teve um papel de destaque, compondo importante capítulo na formação da identidade nacional. Tamanha atenção foi crucial para projetar a imagem do Brasil como país de belezas naturais, com fauna e flora encantadoras. Somos uma potência ambiental, porém estamos atrasados em matéria de zelo prático com a biodiversidade. Uma cadeia de exploradores toma conta da natureza sem o mínimo de respeito ecológico. Em Brasília, o cerrado vem sendo perseguido por construções prediais que ocupam, de maneira abusiva e irresponsável, o espaço público. É implacável o espírito imobiliário ganancioso e devastador. Ele invade nossas terras. Atropela licenças ambientais. E concentra os recursos da população com promessas absurdas de progresso, prestígio, modernidade e crescimento. A natureza é o "primo pobre" do desenvolvimento sustentável. Haja "lábia" para sustentar a patifaria econômica, principalmente a dos endinheirados. O grotesco não pode vencer o sublime. A Capital da Esperança pede socorro, o mundo verde precisa de gente madura. Disse bem Nicolas Behr, em seu livro O bagaço da laranja (2010): "1kg de sementes contém/2kg de esperança/altura de 20 ipês submersos/rios de palavras/correm nas entrelinhas/pra que monumento/se na praça/já existem árvores?".

Marcos Fabrício Lopes da Silva,

Asa Norte

Arrocho

Tudo sobe, menos os salários. Os preços seguem em alta diante dos seguidos aumentos dos combustíveis. O arrocho reduz a renda das famílias brasileiras, que obrigatoriamente, se adaptam à nova realidade, cortando os gastos e o padrão de consumo. Os últimos meses tem sido estressantes para as famílias brasileiras. Muitas famílias elegeram a educação e a formação dos filhos como investimento mais valioso que poderiam fazer. É doloroso cortar coisas com as quais nos acostumamos, mas, quando as contas não param de aumentar, é preciso fazer escolhas. Para que o dinheiro renda o máximo, é preciso que o consumo seja consciente, isto é, separar o que é essencial do que é ostentação, o chamado bem posicional.

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

Lula

Embora compreenda a mágoa que ex-presidente guarda dos veículos de comunicação, que o achincalharam durante a Operação Lava-Jato, não querer dar entrevistas nem participar de sabatinas é muito ruim. Lula é antítese do atual inquilino do Planalto, mas acaba tendo o mesmo comportamento do adversário. Lula sempre se comportou acima da pequenez dos seus detratores. Sempre fez apologia da paz, posicionou-se contra as armas e a violência. Por diversas vezes, declarou não ter ódio daqueles que o agrediram. Não sei se estou certo ao propor que Lula e o PT reconsiderem a decisão de não dar entrevistas aos veículos que o massacraram durante a Lava-Jato, uma farsa criada pelos moleques de Curitiba e o então juiz Sergio Moro, cujo desempenho como magistrado foi condenado pea Justiça. Acho que é uma decisão petista que deveria ser reavaliada.

Giovanna Gouveia,

Águas Claras

Eleições gerais

As eleições de outubro são gerais, e não apenas para presidente. Os eleitores costumam cometer um erro crasso nas eleições gerais do país. Se preocupam, discutem e votam apenas para presidente. Quando no mesmo momento podem e devem se preocupar com eleições para governadores do seu Estado, Senador, Deputado Estadual e Federal. Não raro, muito se abstém, votam nulo ou branco e assim, facilitam a vida dos maus partidos e dos políticos corruptos sem se dar conta do que estão fazendo ao delegar aos eleitores inteligentes o ato de se fazer representar em todos os segmentos da política estadual e nacional. Em 2018, tivemos no 1º turno, a obscena quantia de 40.254.330 votos desperdiçados entre nulos, brancos e abstenções. Um contingente maior do que a população inteira do Canadá. Não podemos conviver com números tão absurdos como este que está junto com outras estatísticas em meu livro A democracia dos ausentes, lançado este ano pela Editora Scortecci.

Rafael Moia Filho,

Bauru (SP)

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