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Correio Braziliense
postado em 03/07/2022 00:01

Feiras

O dicionário define. Feira: Substantivo feminino. Local onde se faz mercado. Pois foi numa feira livre, numa feira de livros, numa feira que lavra cultura, que estive semana passada. Foi na Feira do Livro de Brasília. Entre outros, comprei Raymond Aron na UnB, da Editora Universidade de Brasília e um prata da casa, o escritor brasiliense Lourenço Dutra, em O homem que escrevia para ganhar prêmios, da Editora Arribação. Agora temos a Feira Brasília de Artes Contemporânea. Com caderno especial do CB com ampla abordagem. Sempre apoiando eventos culturais. Brasília está rica culturalmente como o eixo Rio-Sampa. Estive também na Feira do Guará. Indispensável o caldo de cana com pastel. Não. Não traí a tradicional Pastelaria Viçosa da Rodoviária. Estou com a consciência tranquila. Mas o destaque da Feira do Guará foi constatar que ainda há o vendedor de mapa-múndi em planisfério. Plastificado e cordão para ser pendurado na parede. Isso em tempos de pleno Google Maps e perspectiva de reordenamento geopolítico pela estupidez da guerra Rússia-Ucrânia. Passei também pela Feira da Torre, onde pinturas de quadros de artistas locais me elevam o espírito a crer que o quadradinho Brasília é fruto da inteligência artesanal dos gênios Lúcio-Oscar. Uma dupla de atacantes criativos com traços, dribles, e linhas tortas como o Mané Garrincha. Arena BRB é coisa de otário. De rentista amante do vil metal. Quantas e quantas vezes fui à Feira dos Importados adquirir algum dispositivo para celular. Meu Deus do céu, será que sou um impostor? É lá, provavelmente, que o falso Paraguai mina notas fiscais. Nem tanto quanto as lojas oficiais com escamas de autenticidade. Quando menos, surgem escândalos. Ou nem surgem, porque as contabilidades de grandes empresas podem ser camufladas de honestidade. A não ser quando a imprensa desmascara escândalos em manchetes. Viva o quarto poder. Ou a Polícia Federal dá um baculejo. Será que o Brasil, somos o retrato da empulhação? De Cabral ao capitão de plantão. Estamos fritos. Rumando para casa passo em frente ao Congresso Nacional, que dialoga, ou disputa pau a pau, com a Feira do Rolo. Aí, a rinha é feia. Por trás do balcão de emendas, PLs e mumunhas, o conceito das primeiras linhas desse texto nega essa feira congressista. Repleta de muambeiros e leis camufladas. O Brasil é uma feira livre, popular, autêntica. Onde a talagada de cachaça ao pé do balcão na barraca de seu Zé, brindamos: Viva o autêntico Brasil!

Eduardo Pereira,

Jardim Botânico

Brasília

Transformo em anjos os regaços dos eixos. Em pétalas de esperanças o cimento e o ferro das construções. O verde acolhe o escurecer dos viadutos. Concretos brincam com a brisa. São parceiros do por-do-sol. Pioneiros energizam o amanhecer. O aroma das árvores frutíferas lança sementes para o céu. Que molda, pinta e eterniza Brasília para os deuses do amor.

Vicente Limongi Netto,

Lago Norte

Incerteza

Ainda dá tempo. Presidente Bolsonaro, desista da candidatura à reeleição, e lance o nome do ministro Tarcísio de Freitas e saia candidato a senador da República. O senhor tem potencial para receber uma votação consagradora para o Senado, o que o transformaria em candidato natural para presidir o Poder Legislativo. E o ministro Tarcísio teria muito mais chances de ser eleito presidente da República do que ganhar a eleição para governador de São Paulo, local notoriamente de eleitores de centro-esquerda. Esta sugestão é feita devido à sua grande rejeição junto ao eleitorado brasileiro, mostrado em várias prévias divulgadas pela mídia, principalmente junto ao eleitorado feminino. Vale a pena insistir numa reeleição incerta, em que, no caso de um insucesso, o senhor ficaria sem foro privilegiado, correndo o risco de ser intimado por qualquer juiz de primeira instância? Pense a respeito. Ainda dá tempo.

Paulo Molina Prates,

Asa Norte

PEC eleitoreira

O Senado aprovou PEC eleitoreira, como um galho esticado em direção ao pântano onde Jair Bolsonaro está preso por lama sulfurosa, prestes a ser engolfado. Tal PEC será inócua, pois Bolsonaro já é um derrotado. No desespero, talvez seus cupinchas no Congresso Nacional tentem aprovar outra, proibindo prisão de ex-presidente genocida, misógino, racista, apologista de tortura, perpetrador de rachadinha e prevaricador. A história está com um cutelo na mão pronta para castrar o "imbrochável" Bolsonaro.

Túllio Marco Soares Carvalho

Belo Horizonte (MG)

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