Editorial

Visão do Correio: Férias animam turismo no país

Correio Braziliense
postado em 05/07/2022 06:00

Sem sinais de trégua, a guerra na Ucrânia continua a fustigar o preço dos combustíveis e a alimentar a inflação mundo afora. Em outro front, o aumento no número de casos e de mortes por covid-19 volta a angustiar o planeta. Mesmo assim, há sinais de boas notícias no ar. No Brasil, mesmo com os preços das passagens aéreas nas alturas, dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, pela primeira vez, a oferta de voos domésticos já está mais elevada que no período pré-pandemia.

De acordo com o levantamento da Anac, divulgado na última sexta-feira, o número de assentos ofertados por quilômetro voado no mês passado teve alta de 6% na comparação com igual período de 2019. Desde o início da crise sanitária no país, nenhum dos itens do relatório da agência apresentava aumento.

Apesar do desempenho positivo pelo lado da oferta, a procura de voos por parte dos passageiros ainda está abaixo da registrada há três anos. Em maio, 6,4 milhões de pagantes foram transportados em viagens nacionais, contra mais de 7 milhões no mesmo mês de 2019. No Recife, segundo a Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), o aeroporto da capital já havia superado a fase pré-pandemia no mês anterior, com alta de 5% nos voos.

Esse movimento de recuperação, ressalte-se, ocorre a despeito do forte aumento nas passagens aéreas, que ficaram 123,26% mais caras, em média, nos últimos 12 meses, conforme a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o mês de junho. Em maio, a busca por voos nacionais foi de 33,7% na Latam, de 33,3% na Azul e de 32,6% na Gol, as principais companhias do setor no país.

Mais confiantes com o avanço da vacinação contra covid-19 no país e motivados pelas férias escolares de julho, os brasileiros se mostram dispostos a curtir uma temporada fora de casa. Afinal, lá se vão mais de dois anos de restrições impostas pela pandemia, pela crise econômica e, desde fevereiro, também pela guerra na Ucrânia.

Quem não tem dinheiro para ir de avião busca outros meios de curtir a folga. Plataformas que vendem bilhetes para viagens terrestres também registraram aumento de até 164% na procura por ônibus. Sem contar o número de pessoas que põem o próprio carro na estrada ou alugam algum veículo para se deslocar até o destino das férias.

Por isso, de forma geral, o clima de pé na estrada ou no avião é de otimismo. Em abril, por exemplo, o turismo nacional faturou R$ 15,3 bilhões, um crescimento de 47,7%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Com o bom desempenho em vista, existe a expectativa que a receita do setor volte a patamar semelhante ao do início de 2020, no período pré-pandemia, e abra mais de 190 mil vagas de emprego até o fim deste ano.

A presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), Magda Nassar, aposta em dias melhores, apesar da crise. "Viemos de uma pandemia que estava impossibilitando muitas pessoas de viajarem. Julho é um período de férias, e os brasileiros estão com um desejo muito grande de viajar. Vemos voos, tanto internacionais, quanto nacionais, lotados. E a procura está bem alta", disse, em entrevista ao Correio Braziliense.

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