» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 18/07/2022 00:01

Trocas

Será que os senhores oficiais generais das Forças Armadas, nada versados em eleições ou em urnas eletrônicas, que sugerem a troca das urnas eletrônicas por cédulas de papel aceitariam sugestões dos senhores ministros e juízes dos tribunais eleitorais, nada versados na arte e estratégias da guerra, trocar os carros blindados de transporte de tropas por jumentos? E que tal trocar os fuzis e metralhadoras por garruchas e mosquetões? Aqui, fica a pergunta. Já dizia o sábio ditado popular: "cada macaco no seu galho", ou, como se diz hoje, "cada um no seu quadrado".

Gilvan da Silva Gadelha,

Ceilândia

Golpe à vista?

Embora a maior parcela dos militares, inclusive da área tecnológica dos Exército, tenha assegurado que não há possibilidade de fraudar as urnas eletrônicas, o presidente e um grupelho de asseclas fardados insistem, todos os dias, em exigir o retrocesso às cédulas de papel para votação. Até fanáticos sabem que se trata de estratégia para fraudar o resultado. Mas a insistência também pode ser entendida como um aviso: se o capitão não for reconduzido ao cargo, haverá um golpe de Estado. Os militares estão mesmo dispostos a promover um golpe aos moldes de 1964 e ressuscitar a repulsa da sociedade e a reprovação da maioria das nações? Alguém que, de fato, representa o pensamento mediano das casernas deveria vir a público e falar sobre o tema. Não mais confiamos na Polícia Federal. Sabe-se que a Polícia Militar, em muitos casos, se confunde com as milícias — vide ações no Rio de Janeiro, na Bahia e em outros estados. Cadê os homens deste país? Todos que estão no governo são covardes?

Juarez Almeida,

Jardim Botânico

Caráter e crime

Eurípedes foi um filósofo grego que dizia: Aqueles que os deuses querem punir, antes os enlouquecem. Tratou dos problemas da sociedade ateniense, com o intuito de moderar o homem em suas ações descontroladas e sem parâmetros. Roubar a nação é crime. Orçamento secreto é obsceno. Um pouquinho de poder e o verdadeiro caráter aparece, ou a falta dele.

Thelma B. Oliveira,

Asa Norte

Sagacidade

O governador Ibaneis Rocha foi sagaz. Deixou adversários tontos, nas cordas, anunciando a deputada federal Celina Leão, para vice-governadora e Damares Alves — credo, santo Deus — para o Senado. Brasília não merece tamanho estrupício. Ibaneis tem defeitos, como todos nós, mas não é burro. Com a decisão, passou a ter o apoio velado de Bolsonaro, da primeira-dama, forte evangélica, que bateu o pé por Damares, além de dispor daquela mala bem forrada que abre portas na terra e no paraíso. Sobretudo na política. Onde vale tudo, menos perder. O experiente José Roberto Arruda, por sua vez, creio que também não engoliu o pulo do gato de Ibaneis. Precisa dar o troco, elegendo a mulher, Flávia Arruda, senadora. Eleger-se deputado federal ou distrital, onde voltará a ter imensa visibilidade política, liderando debates e mostrando firmeza como bom político que é. Em 2026, disputaria o Senado, serão duas vagas, ou retorna ao Palácio do Buriti, como governador. Resta saber se Arruda vai seguir os caminhos especulados por este pobre marquês da reportagem política.

Vicente Limongi Netto,

Lago norte

Atividade física

O melhor dos mundos: manter o corpo forte, musculoso, sem muito esforço, longe da academia. O pior dos mundos: é ideia que soa utópica, mero sonho de uma noite de verão, impraticável. Foi sempre assim até que, em 2020, pesquisadores da Universidade de Michigan revelaram os resultados de um pioneiro estudo. Eles descobriram que uma proteína chamada "sestrina" pode levar aos principais efeitos do exercício, como ganho muscular, queima de gordura e aumento da capacidade pulmonar, sem a necessidade de atividade física. A sestrina é gerada naturalmente pelos músculos quando eles são exigidos. Os cientistas acreditam ser viável induzir a produção da substância e, então, adeus ao suor. Trata-se de uma fascinante avenida de possibilidades, especialmente para idosos com perda de massa muscular causada pelo envelhecimento. Direto ao ponto: praticar exercícios regularmente é a mais decisiva intervenção para prevenir e controlar doenças crônicas. No entanto, dado o cotidiano que nos empurra para o sedentarismo, essa é uma postura quase quimérica, que muitos procuram pôr em prática, mas nem todos conseguem realmente realizar. De qualquer maneira, é cedo para celebrar. A pesquisa americana foi realizada com cobaias de laboratórios. Há otimismo, mas distante ainda da certeza de efeito em humanos. Mesmo que, de fato, a sestrina leve aos objetivos desejados, do ponto de vista muscular, além de acelerar a capacidade aeróbica e promover a queima de gordura, faltará algo essencial, insubstituível e que de modo algum pode ser substituído: a movimentação do corpo. No entanto, continua a valer o mantra um tanto batido, mas insuperável: no pain no gain, na expressão original, em inglês. Sem dor, sem ganhos. A regra é esta: no mínimo, 150 minutos semanais de caminhadas rápidas e dois treinos de exercícios de força por semana.

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

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