Olho no lance
Apontando para a baixa modernidade, o esvaziamento cultural do espaço público mal resiste aos abalos sísmicos que o cercam e repercute diretamente na queda qualitativa da democracia. Convém resistir ao domínio do capitalismo tardio sobre o inconsciente coletivo, uma vez que o capital simbólico deve se manter imune às infiltrações indevidas do capital financeiro. O empobrecimento do capital simbólico, o propalado desencantamento do mundo, deságua na representação servil ou descalibrada. Assim foram constituídos os "monopólios do conhecimento". O que nos ensina a luta pela democratização da comunicação é que não pode haver uma sociedade do conhecimento diversificado sem um questionamento das relações entre saber e poder, e, portanto, do status a ser ocupado por todos os produtores de conhecimento. Uma reflexão que considere os entrelaçamentos entre ética e comunicação começa com o entendimento de que os vínculos que nos articulam aos outros requerem não um respeito distanciado pela individualidade alheia e suas demandas, mas uma atitude de acolhimento à interpelação que nos é endereçada pela alteridade. Não à toa, em seu livro Não da maneira como aconteceu (2002), Verenilde Santos Pereira, pioneira da literatura afro-indígena no Brasil, esmiúça as barreiras comportamentais impostas perigosamente à realização biopsicossocial da fonte humana: "Estamos mergulhados na mesma lógica mesquinha onde alguns homens se atam como uma preguiça no cume da árvore para não morrerem antes do tempo. Até que despencam no chão sem atingir ninguém senão o próprio solo que sequer necessita daquele corpo quanto mais das razões ou insensatez".
Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte
Vergonha
Extremamente vergonhosa a posição de ala do MDB, liderada pelo pouco confiável senador Renan Calheiros, numa busca insana de fazer água na candidatura da senadora Simone Tebet, buscando apoiar um candidato que nem essa ala acredita na inocência de Lula e do PT. Senhores traíras, até entendo o desespero dos senhores em lutar para que o pior presidente que o Brasil teve (ou não teve) não seja reeleito. Porém deixem este posicionamento para o segundo turno. Apoiem sua candidata que, depois de conhecida pelos debates e aparições em programas televisivos, certamente, tem chance de melhorar muito nas pesquisas. Baleia Rossi, jogue duro com esses traíras, grande parcela de brasileiros está aguardando a confirmação da senadora à Presidência.
Valter Eleutério da Silva,
Taguatinga
PEC do Desespero
A PEC que beneficiou os pobres, os caminhoneiros e os taxistas pode ser denominada de PEC do desespero. O Presidente Bolsonaro surpreendido pelas pesquisas que o colocava bem abaixo de Lula não viu outra saída a não ser dar essas bondades, atropelando a Constituição e a Lei Eleitoral. Foi uma verdadeira compra de votos disfarçados e os congressistas ávidos por uma rebarba ou xepa se ajoelharam e disseram amém, aprovando a ilegalidade. Como a PEC dos Precatórios não atendeu as pretensões do Presidente e Paulo Guedes eles arquitetaram essa outra. Contudo, o eleitor honesto não vota por dinheiro. Ele sabe que a inflação corrói rapidamente essas bondades e tudo volta ao estado anterior. E a fome será pior. Rui Barbosa, o famoso jurista baiano pregava que: o pior homem é aquele que ri da desgraça alheia e tem vergonha de ser honesto. Quem nega um pequeno reajuste às Forças de Segurança Pública, e aos fiscais federais, por falta de dinheiro e agora aparece com esses bilhões enquadra-se nesse rol.
José Lineu de Freitas,
Asa Sul
Saúde
Sempre aparece alguém negando os fatos e procurando encontrar virtudes nesse (des) governo. Para falar apenas do SUS, houve um desmantelamento progressivo, que o orçamento secreto incrementou. Prefeituras remotas recebem verbas de milhões de reais, embora lhes faltem estrutura e desempenho à altura dos vultosos recursos. A "saúde pública" afundou na demora das vacinas, na mortandade, nos medicamentos vencidos e nos estoques de cloroquina. O país não pode esquecer seus milhares de mortos e o péssimo desempenho do Ministério da Saúde, botando panos quentes nos acontecimentos. A história não esquecerá as noites de pranto e agonia. As atuais coberturas orçamentárias inexplicáveis e inexplicadas têm destino incerto. São moeda de troca por votos. Tirando a fome, a escassez, o preço dos alimentos, o segredo das transações com dinheiro público, a frustração nossa de cada dia — está tudo bem. Até quando? Quem conseguir sobreviver verá.
Thelma B. Oliveira,
Asa Norte
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