» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 06/08/2022 00:01

Jô Soares

Mais uma perda ilustre de uma lenda do humorismo do Brasil e um dos melhores entrevistadores da história do jornalismo. Jô Soares não existirá outro igual. Segue na luz da arte e da alegria! Viva Jô!

José Ribamar Pinheiro Filho,

Asa Norte

» Grande parte do país está triste pela morte do humorista, jornalista, intelectual Jô Soares. Embora afastado da telinha, o Gordo foi uma celebridade no cenário artístico e na literatura. Com um humor crítico da realidade política e social do país, a acidez de Jô Soares é uma perda irreparável, sobretudo na atual conjuntura, em que vivemos um período de graves e ameaçadores retrocessos na vida nacional, pelo total desgoverno. Que Deus, com sua extrema bondade, acolha Jô Soares e tenha piedade do Brasil.

João Américo Moreira,

Sobradinho

» Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira. Jô nos alegrou durante as últimas décadas, com o seu humor impecável e seu carinho com todos. Poucos têm a cultura do Jô, que falava sobre qualquer assunto, com uma desenvoltura impressionante. Vamos sentir muito a sua falta, Jô. Descanse em paz. Beijo do gordo!

José Carlos Saraiva da Costa,

Belo Horizonte (MG)

Fome

A escritora Rachel de Queiroz, nos idos do século 20, viu um menino de rua pedindo comida. Uma garota abriu a mochila e deu-lhe um sanduíche de sua merenda. Uma colega disse: — De que adianta esse sanduíche? A rua está cheia de gente com fome. A menina respondeu: — Este, pelo menos, não vai passar fome hoje. Comenta Rachel: "Cada prato de comida que se dá é uma fome que se mata. Ainda mais quando o governo não se mexe porque não sabe, não pode ou não quer". Há mãos estendidas nas ruas, nas portas dos mercados, na rodoviária, em toda parte. Manuel Bandeira tem uns versos tristes de se ler: "Vi ontem um bicho, na imundície do pátio, catando comida entre detritos. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem' ...

Thelma B. Oliveira,

Asa Norte

Possessão

Eu pensei que o demônio teria se apossado dos homens e espalhado o horror dentro das relações familiares, com violações inacreditáveis de adultos (pais, padrastos, tios, vizinhos, até mães, histórias horripilantes, não dá nem pra dizer, contra crianças). Mas, não! Foi o homem que se apossou do demônio e resolveu mostrar sua cara horrenda, nas relações familiares, de vizinhança, social, política, patrimonial, territorial, existencial. O demônio é a desculpa, o ser humano é real, pavoroso! No umbral do fim dos tempos, não há mais o que mostrar para provar: Deus nos abandonou. Falsos seguidores, pastores evangélicos que descobriram o negócio que dá grana por trás da pregação mentirosas de um "reino" que nada tem de divino, estão a se lambuzar de poder, até mesmo nos "palácios" ditos republicanos das republiquetas. Preparem-se! O pior está por vir!

Jane M. de Andrade Araújo,

Noroeste

Os muros

Quaisquer avanços civilizatórios estão na dependência direta da contingência democrática. A despeito da diversidade de horizontes que se acolha, precisamos defender a democracia como um valor inegociável da existência cidadã. A democracia é o melhor regime produzido para organizar o exercício do poder em sociedades livres, igualitárias e fraternas. Assim, que possamos ir além das divergências para fortalecermos a convergência contra retrocessos, para nos tornarmos melhores do que temos sido até aqui. "Concreto, arame farpado,/um muro/divide os povos./Em Berlim./De outra — inconcreta — substância,/um muro/divide o Homem./Dentro de mim./Pombas|Bombas/Dólar|Dores/Messias|Mísseis/Miséria!/Os muros dividem o mundo./Em Berlim. Em mim. Em tudo" - sinaliza o poeta Anderson Braga Horta, em II - Os Muros (50 poemas, 2021). De tempos em tempos, a humanidade é acometida por um medo irracional de seu semelhante. Desde as muralhas construídas nas primeiras Cidades-Estado da Mesopotâmia, passando pela Muralha da China, pela Muralha de Adriano, o Muro de Berlim e chegando aos atuais muros da Cisjordânia, de Belfast, e a tentativa feita por Trump, na fronteira dos EUA e México. Existem inúmeros outros, com certeza. Em todos os continentes, em todas as culturas, em todos os tempos. Na prática, os muros sempre serviram para proteger algo que algumas pessoas julgavam valioso, de quem era julgado desprezível ou dispensável. Desde razões religiosas, econômicas e até, mais recentemente, culturais são invocadas para consecução material do nosso ódio ao outro: o muro. Temos inúmeros muros no Brasil. Qualquer condomínio fechado, ou casa com cerca elétrica, é uma reprodução em miniatura deste ódio atemporal que cultivamos. Mas, como a História mostra que os meios mais baratos de contenção não são os físicos, existem muros, de palavras, de valores e até de vazios. Brasília é um bom exemplo. Quem conhece sua urbanística atual percebe que imensos espaços vazios afastam as populações mais pobres dos núcleos ricos ou de onde se exerce poder. Portanto, o muro pode ser de concreto, de pedra ou de vazios. Continuam sendo muros, cujo objetivo é separar e evitar que aqueles que estão fora, entrem.

Marcos Fabrício Lopes da Silva,

Asa Norte

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