Agradecimento
Ter um filho é uma das maiores bênçãos que recebemos de Deus. Do nosso ventre sai um ser que nos permite o pleno exercício do amor incondicional. Diante de um acidente ou de qualquer outro evento que ameaça a integridade do filho, sentimo-nos impotentes e incapazes de curá-lo. Eis a importância dos profissionais de saúde. Pessoas comprometidas com a vida. Por assim pensar, manifesto a minha eterna gratidão à equipe do Hospital Regional de Ceilândia, que socorreu o meu Ryan Rafael Moreira de Melo: Dr. Thiago Oliveira Costa Viegas, que o acolheu; Dr. Mohamed, cirurgião; enfermeira Marileide; e a técnica de enfermagem, Rita. Todos foram sensíveis, generosos, afetuosos e hábeis. Ryan está bem de saúde.
Flávia Moreira,
Sol Nascente
Fome
A escritora Rachel de Queiroz, nos idos do século 20, viu um menino de rua pedindo comida. Uma garota abriu a mochila e deu-lhe um sanduíche de sua merenda. Uma colega disse: — De que adianta esse sanduíche? A rua está cheia de gente com fome. A menina respondeu: —Este, pelo menos, não vai passar fome hoje. Comenta Rachel: "Cada prato de comida que se dá é uma fome que se mata. Ainda mais quando o governo não se mexe porque não sabe, não pode ou não quer". Há mãos estendidas nas ruas, nas portas dos mercados, na rodoviária, em toda parte. Manuel Bandeira tem uns versos tristes de se ler: "Vi ontem um bicho, na imundície do pátio, catando comida entre detritos. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem" ...
Thelma B. Oliveira,
Asa Norte
Jô Soares
Na última sexta-feira o mundo perdeu, mais que um mestre do humor, porém, um gênio, não meramente em seu nome, José Eugênio Soares, contudo na Arte de criar, entrevistar, escrever, entreter... Capricorniano nato, desde a sua primordial primavera, celebrada em 16/1/1938, o incrível Jô Soares viveu duas guerras mundiais. Ironicamente, logo um filho de diplomata, cujo papel sempre foi negociar tratados de paz. Transcorridos cinco dias do mês de agosto, a gosto de Deus, nosso eterno "Capitão Gay", com enorme pesar, de nós se despediu. Adeus, "Xangô de Baker Street". Te amamos em vida, agora choramos a sua partida. Luto, bandeira estendida a meio mastro durante todo o fim de semana!
Nelio Soares Machado,
Asa Norte
Sofá do Jô
É certo que nasci na Bahia, na primeira metade do século passado. Mas passei a maior parte da vida em Brasília, onde estou desde outubro de 1962. O que me garante, no mínimo, dupla cidadania. Por isso estranhei que a bela edição de 05/08 do Correio sobre o desaparecimento do excelente Jô Soares me tenha excluído da relação de candangos que tiveram o privilégio de sentar-se no sofá do seu talk show. Lá em São Paulo fui recebido no estúdio da antiga emissora dos Diários Associados, no Sumaré, em fins de 1988, na condição de Porta Voz da Presidência da República. Meu parceiro de gravação aquela noite era o ex-condottieri do Partidão, Luiz Carlos Prestes, vizinho dos 90 anos, que todos chamavam pelas costas de "O Velho". O país vivia a frustração de um breve namoro do Governo com a opinião pública, durante a bonança fugaz do Plano Cruzado. O noticiário da Imprensa se refestelava com o retorno das dificuldades econômicas, atribuindo ao momento presente toda a crise gestada nos 20 anos de ditadura, e cobrando soluções instantâneas do governante da hora. Tanto as lideranças políticas de oposição (e mesmo as que se diziam aliadas) quanto as elites econômicas e até as centrais sindicais apontavam contra o Palácio do Planalto seu dedo acusador, ignorando que as soluções dependiam de uma concertação nacional. Para avaliar o desequilíbrio orgânico da conjuntura, basta lembrar que ocorreram mais de 10 mil greves nos cinco anos do governo Sarney, média de oito por dia. Pois nesse cenário adverso, navegando em mar tempestuoso num barquinho de papel, Sarney foi o proeiro da transição democrática. De sua tolerância, de seu bom-senso, de sua obstinação surgiram as pontes que afinal convergiram para o estuário de uma Assembleia Nacional Constituinte. Vencemos o medo que abastardava a cidadania, até pouco tempo atrás. Intimamos os "tutores" da Nação a voltarem aos quartéis, e eles assim fizeram. Já podíamos falar em voz alta, reivindicar nossos direitos, escolher livremente nossos governantes, levar a um programa nacional de TV tanto o Porta Voz do Governo como um líder comunista. Não era pouco, depois de 20 anos de silêncio estrangulado! Foi o que fui lá lembrar ao Jô, naquela noite de 1988. E guardo comigo o agradecimento que ele me fez pelo que ouviu.
Carlos Henrique,
Lago Norte
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