música

Artigo: Vicejar e resistir

Irlam Rocha Lima
postado em 16/08/2022 06:00
 (crédito:  Reprodução)
(crédito: Reprodução)

Acredito que em tempo algum Brasília conviveu com tantos shows e festivais quanto agora. Impressiona o boom musical que ocorre na cidade, após o represamento de atividades culturais determinado pela pandemia, de maio para cá. Rara é a semana que não haja uma expressiva quantidade de espetáculos, protagonizados por artistas nacionais e locais.

A constatação disso me levou a utilizar o blog Trilha Sonora que criei há quatro anos e que se hospeda no Correio, para publicar, às sextas-feiras, um grande roteiro, com as atrações dos palcos da capital nos fins de semana.

Entre nomes destacados da MPB e do pop nacional que já estiveram aqui para apresentações em 2022 estão Ney Matogrosso, Lulu Santos, Ivan Lins, Oswaldo Montenegro, Arnaldo Antunes, Toquinho, Marisa Monte, Caetano Veloso, Fábio Jr, Paulinho da Viola, Natiruts e Skank.

Houve também vários festivais. O primeiro foi Rock Brasil 40 anos, entre maio e junho, no Centro Cultural Banco do Brasil, com a participação de, entre outros, Blitz, Paralamas do Sucesso, Plebe Rude, Barão Vermelho, Ira!, Biquini Cavadão e Paulo Ricardo — representando o RPM.

Também em maio os axezeiros dançaram atrás de trios elétricos comandados por Bell Marques, Durval Lelys, Saulo Fernandes,Tuca Fernandes. Banda Eva e Timbalada, no Festival Micarê. Por dois dias o evento reuniu milhares de pessoas na arena instalada ao lado do Estádio Mané Garrincha.

No final de julho, o Capital Moto Week, de volta ao parque de exposições da Granja do Torto, recebeu praticamente todas as bandas que tomaram parte no Rock Brasil 40 Anos e mais Capital Inicial e Raimundos. Todos tocaram para plateias gigantescas.

Também no mês passado ocorreu na área externa do Museu da República o Festival Latinidade, que exaltou a mulher negra e indígena e teve entre as convidadas a paraense Dona Onete e a africana Naduzo Siba. Mais recentemente, o brasiliense prestigiou o Favela Sounds, no mesmo local, com shows de Criolo e Jorge Aragão.

Já há dois finais de semana, no Eixo Cultural Ibero-Americano, houve um outro festival, o CoMa — Consciência, Música e Arte. Shows de Gal Costa, Carlinhos Brown, Gabi Amarantos, cantores e grupos da nova geração, movimentaram aquele espaço, próximo à Torre de TV.

Ainda para este semestre está programada a vinda dos icônicos Gilberto Gil (23 e 24 de setembro), novamente Caetano (7 de outubro) e Chico Buarque (29 e 30 de novembro). Todos se apresentarão no Ulysses Guimarães. Já Milton Nascimento, com o A última sessão de música — show com o qual se despede dos palcos — cantará no Ginásio Nilson Nelson, em 15 de setembro.

De sexta-feira a domingo próximos, o Cerrado Jazz Festival ocupa a área do Eixo Cultural Ibero-Americano; enquanto para breve estão previstos o Plural — Música & Diversidade e o Yaladê, no Museu da República. Como se observa, mesmo com o desprezo e o desrespeito que o atual mandatário do país e seus asseclas tratam os artistas, a música e a cultura brasileiras teimam em vicejar e resistir.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.