poliomielite

Artigo: Brecha para uma doença terrível

Cida Barbosa
postado em 29/09/2022 06:00
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Uma doença perigosíssima, que ataca principalmente crianças e que causou 26 mil casos de infecção no Brasil de 1968 a 1989. Uma enfermidade com potencial para provocar paralisia irreversível nas pernas ou braços. E, embora seja raro, pode levar à morte, pela paralisia dos músculos respiratórios. É para esse mal — a poliomielite — que o Brasil ameaça abrir a porta.

São muitas as sequelas da doença, além da paralisia de pernas ou braços. Entre as principais, conforme relaciona o Ministério da Saúde, estão, também, problemas e dores nas articulações; pé torto, em que não é possível andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; osteoporose; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar; atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque.

Uma lista aterradora, mas, ao contrário de outros males assustadores, a poliomielite é prevenível. A solução é uma bênção chamada vacina. Para que o Brasil evite o retorno dessa ameaça tem de imunizar todas as crianças menores de 5 anos. E aí está o grave problema. Desde 2015, o país não cumpre a meta de vacinar 95% desse público — patamar estabelecido pela Organização Mundial da Saúde para garantir a proteção. E caminhamos para fechar mais um ano de fracasso.

A campanha nacional de vacinação, marcada para terminar no último dia 9, foi prorrogada até amanhã, justamente por causa da baixa adesão, mas nem assim está perto da meta: foram imunizados somente 52% dos quase 12 milhões de meninos e meninas que têm de tomar as doses. É muito grave. Não à toa, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) alertou que o Brasil é um dos países da região com risco altíssimo de reintrodução da pólio.

Vacinas são seguras, atestadas por autoridades de saúde do mundo inteiro. Pais ou responsáveis, levem as crianças aos postos de saúde para receber a proteção que os imunizantes oferecem. Não permitam que corram o risco de sofrer com sequelas graves irreversíveis ou até de perder a vida. A poliomielite é terrível, mas o remédio contra ela é eficaz e gratuito.

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