economia

Artigo: O consumidor, a tecnologia e o futuro dos meios de pagamento

JUAN D'ANTIOCHIA
postado em 17/11/2022 06:00
 (crédito: Visa/Divulgação)
(crédito: Visa/Divulgação)

JUAN D'ANTIOCHIA - Vice-presidente Sênior da Worldpay from FIS para a América Latina

O mundo está cada vez mais tecnológico e, como reflexo de uma sociedade mais conectada, o consumidor passa a buscar praticidade e agilidade ao transacionar o dinheiro. Meios de pagamentos digitais com ou sem contato, home delivery, crédito digital, check-out free, tecnologias biométricas e criptomoedas figuram na lista de opções já utilizadas nas transações comerciais. Na história, presenciamos diversos momentos de como as pessoas movimentam o dinheiro em conexão com o avanço tecnológico.

No Brasil e em outros locais do planeta, por muito tempo, o dinheiro em espécie foi a principal forma de pagamento. Depois vieram os cartões de débito e crédito, que seguem como métodos importantes no atual sistema econômico. E, agora, podemos dizer que o brasileiro está ainda mais imerso em plataformas digitais.

O estudo Generation Pay, da Worldpay from FIS, que analisou hábitos, comportamentos e atitudes do consumidor de diferentes idades ao redor do mundo sobre suas finanças, mostra que 54% dos jovens brasileiros utilizam novas tecnologias em pagamentos. E, em todos os países pesquisados — Brasil, Reino Unido, Singapura, Austrália e Estados Unidos — as gerações Z (18 a 24 anos) e Millenials (25 a 40 anos) são as mais propensas a usar tecnologias avançadas de pagamentos em suas compras.

A sociedade contemporânea quer ter facilidade, conveniência e uma boa experiência durante o processo de compra. Vejamos o pagamento por aproximação ou contactless, que cresceu exponencialmente. Os dados globais do Generation Pay mostram que 65% dos entrevistados preferem essa tecnologia e a tendência é que ela se consolide por aqui nos próximos anos.

O levantamento mostra ainda que a geração dos Millenials é a mais aderente ao pagamento sem contato, com 72% da preferência, embora todas as gerações sejam adeptas à tecnologia. No Brasil, 67% deles são adeptos ao contacless — dado que está atrelado à percepção do que realmente importa para eles quando se trata de pagamento: velocidade e conveniência. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), divulgada neste ano, reforça a adesão do consumidor por meios de pagamento sem contato. Houve um aumento de 700% nos pagamentos por aproximação no segundo trimestre de 2021 no país, cujas transações totalizaram R$ 34,4 bilhões.

E o futuro dos meios de pagamento digitais? Embora não seja claro o papel que as criptomoedas vão desempenhar na economia global futura, fato é que elas têm ganhado visibilidade no mercado global. Se ainda há muito a discutir sobre regulamentação e uso desses ativos digitais, também é verdade que comerciantes já estão vendo com bons olhos sua aceitação em várias partes do mundo. As criptos aparecem como forte tendência de atratividade entre todas as gerações de consumidores no cenário global. Um total de 27% dos entrevistados tem interesse pelo uso de moedas digitais em suas compras. Com o constante crescimento desse mercado, alguns negócios ao redor do mundo já aceitam criptomoedas e tudo indica que elas se consolidem como moeda transacional em pouco tempo.

No Brasil, o Banco Central está desenvolvendo a própria moeda digital (CDBC) e já conta com um laboratório para o desenvolvimento de estudos de casos de uso para inovação, o Lift Challenge Real Digital. No país, muitas fintechs já têm disponibilizado plataformas que aceitam moedas digitais para pagamentos por produtos e serviços, impactando lojistas e consumidores. Assim, é natural termos dados de que as gerações Z e Millenials estão entre as mais propensas a adotar criptomoedas como pagamento, com 34% e 40% dos entrevistados, respectivamente.

Outro método em evidência global é o Buy Now, Pay Later (BNPL). Essa forma de empréstimo parcelado, que permite ao consumidor fazer compras e pagá-las em uma data futura, já é bastante difundida no Brasil. Essa é a preferência de 54% da população. Enraizado na cultura do brasileiro, o meio de pagamento ganhou adeptos em outros territórios. Em Cingapura, o BNPL é utilizado por 50% do público.

Notamos que a sociedade tem experimentado e aderido a novas formas digitais de pagamentos num movimento de constante transformação. A inovação dos pagamentos — que está a pleno vapor —, continuará, e os consumidores sempre terão papel fundamental nessa cadeia formada por diferentes atores. Que a tecnologia e a inovação continuem sendo nossas fortes aliadas na construção dessas importantes mudanças, seja no Brasil, seja em qualquer outro lugar do mundo.

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