Copa do Mundo

Artigo: A montagem da Família Bachi

A Seleção será convocada nesta segunda-feira para a Copa do Mundo, às 13h, no Rio. Incorporei Adenor Leonardo Bachi, o Tite, por um dia, e fiz a lista dos 26. Pensei com a mente do técnico, não a minha. Brinquei com as 122 peças usadas por ele em seis anos e meio de trabalho. Priorizei os nomes chamados depois da eliminação contra a Bélgica.

Nunca antes na história de 108 anos da Seleção houve tanta convicção em relação a uma posição. Os donos das traves serão Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Weverton (Palmeiras). Homens de confiança do preparador de goleiros Taffarel — titular em 1990, no tetra em 1994 e no vice de 1998. Quem aí se atreve a discutir com ele?

Tite administra crise nas laterais. O setor é o mais carente. Danilo (Juventus) será cavaleiro solitário na direita. Daniel Alves não joga desde 24 de setembro. Aos 39 anos, mantém a forma no Barcelona B. A coleção de títulos e a liderança pesam, porém a inatividade de Dani deixa Tite em uma encruzilhada. Desconfio de que ele não irá chamá-lo. Na esquerda, as vagas são de Alex Sandro (Juventus) e Alex Telles (Sevilla).

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É possível abrir mão de Daniel Alves porque Éder Militão tem capacidade para ocupar o setor. Escrevi recentemente no nosso papo de sábado que a ideia do Tite não é absurda nem invenção de moda. Para quem tem memória curta, a Alemanha usou o zagueiro Höwedes na lateral esquerda na campanha do tetra, em 2014. A França apostou nos beques de origem Pavard e Lucas Hernández nas alas no bi, em 2018. Marquinhos (PSG) e Thiago Silva (Chelsea) são titulares. Para mim, Gabriel Magalhães (Arsenal) é o quarto nome.

Há uma ótima safra de volantes para esta e as próximas Copas. Separei quatro nomes entre as peças do Tite: Casemiro e Fred, ambos do Manchester United; Bruno Guimarães (Newcastle) e Fabinho (Liverpool). Aqui está outro argumento para Tite abrir mão de um segundo lateral-direito: Fabinho iniciou a carreira justamente nessa posição.

Aposto em quatro meias. Dois deles, híbridos. Um é o versátil Lucas Paquetá (West Ham). Ele só não joga no gol e na zaga! Éverton Ribeiro está dentro. Como joga! Philippe Coutinho, também. Entra na cota de confiança do treinador. Na minha lista, puxo Neymar para a turma da criação. É mil e uma utilidades. Pode ser homem de ligação, ponta ou até falso nove, como ensaiou Tite.

Por fim, o tributo a Jô Soares. Escrevi outro dia que o Brasil vive a era dos extremos. Não faltarão pontas no Catar: Vinicius Junior (Real Madrid), Raphinha (Barcelona) e Antony (Manchester United). Há os nomes de confiança do Tite — Gabriel Jesus (Arsenal) e Firmino (Liverpool). Richarlison (Tottenham) é o 9. Rodrygo caiu nas graças. Pedro (Flamengo) vai como diferentão. O único centroavante raiz. Sinto falta do Gabigol. Tentei encaixá-lo pensando com a mente do Tite. Não consegui. Na minha, estaria. Em 2016, ele constava na primeira lista do Tite. Quem sabe pinta na última também?!