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SOCIEDADE

Análise: inteligência artificial é um terreno fértil para as fake news

Em 2023, a utilização da inteligência artificial para realizar atividades que envolvam características do pensamento humano vai avançar em outras áreas, como aplicações de áudio e vídeo. Pode se preparar para a confusão

Inteligência artificial. Robôs. Textos robôs. -  (crédito: Markus Winkler/Unsplash)
Inteligência artificial. Robôs. Textos robôs. - (crédito: Markus Winkler/Unsplash)
postado em 17/03/2023 06:00 / atualizado em 17/03/2023 12:40

O aprimoramento do uso da inteligência artificial no dia a dia da sociedade promete ser a grande inovação de 2023. Depois do lançamento do ChatGPT, o robô que escreve textos a partir de perguntas dos usuários, a utilização da máquina para realizar atividades que envolvam características do pensamento humano vai avançar em outras áreas, como aplicações de áudio e vídeo.

E aí corremos um grande risco. Virou moda nos últimos dias no TikTok, a rede social especializada em vídeos curtos, o uso da inteligência artificial para modificar a voz de artistas em músicas. Exemplo: cantor X passa a interpretar a canção de Y. Até aí, tudo bem. Concordo que é engraçado ver Roberto Carlos vocalizando versos de Burt Bacharach. O problema será quando for possível replicar a voz de um cidadão comum — e os especialistas no mundo digital garantem que é questão de tempo — e um novo áudio passar a circular a partir de declaração falsas.

Imaginou o tamanho da confusão? Se o que pode parecer uma "brincadeira" em um primeiro momento, logo vai descambar para produção de provas falsas, de declarações de políticos que não existiram (um áudio falso será capaz de destruir reputações em uma campanha eleitoral) ou simplesmente para provocar a discórdia familiar, como relatos de "traições", de intrigas, entre tantos outros. Será um terreno fértil para as fake news. Nunca duvide da imaginação da mente humana.

Por isso, será mais do que necessário criar regras para se identificar logo de cara o conteúdo produzido por robôs. Em entrevista ao programa CB.Poder, uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, reconheceu que a rede pública não está pronta para a inteligência artificial. Como temos visto, programas produzem textos e são aprovados em vestibulares e exames seletivos de categorias, como a OAB.

Imagine esse mesmo cenário ocorrendo nas escolas, com a facilitação do acesso à inteligência artificial. Coitado do professor. Hoje, os robôs não produzem o "novo", mas conseguem fazer textos diferentes para uma mesma pergunta. E todos sabemos como funciona: medidas só serão tomadas quando a prática estiver disseminada e de difícil detecção. Será desafiador, pode ter certeza.

 

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