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Futebol

Artigo: Dinizismo combate etarismo

Um dos méritos de Fernando Diniz é saber lidar com a idade do time titular. Dos 11 escalados nas duas partidas contra o Olimpia, sete superam a faixa dos 30 anos. Dois romperam a barreira dos 40

Fórmula do sucesso: o time titular do Fluminense tem a maior média de idade entre os semifinalistas da Libertadores. Felipe Melo e Fábio brilham acima dos 40 anos -  (crédito:  MARCELO GONCALVES / FLUMINENSE)
Fórmula do sucesso: o time titular do Fluminense tem a maior média de idade entre os semifinalistas da Libertadores. Felipe Melo e Fábio brilham acima dos 40 anos - (crédito: MARCELO GONCALVES / FLUMINENSE)
postado em 02/09/2023 06:00

O Fluminense está de volta às semifinais da Libertadores, após 15 anos dando munição a um debate relevante no futebol: o etarismo. A média de idade dos 11 titulares de Fernando Diniz é a maior entre os clubes remanescentes na disputa pelo título. A “máquina” escalada nas duas vitórias contra o Olimpia nas quartas de final tem 31,5 anos.

Adversário tricolor na próxima fase, o Internacional chega com 30,1 anos. O Boca Juniors avançou na casa dos 29,7 anos. O Palmeiras é o mais jovem (28,7). Atual campeão, o Flamengo conquistou o tri com 29,4. O Manchester City ergueu a Orelhuda na última edição da Champions League tendo 28,4 contra 29,3 da vice-campeã, Internazionale.

Um dos méritos de Fernando Diniz e da comissão técnica tricolor é saber lidar com a idade das peças-chave do time titular. Dos 11 escalados nas duas partidas contra o Olimpia, sete superam a faixa dos 30 anos. Dois romperam a barreira dos 40. Isso é quase um atentado aos padrões do futebol europeu. Na banda de lá do Oceano Atlântico, os clubes investem cada vez mais em jogadores abaixo sub-18. A fórmula da juventude virou mantra no Velho Mundo. Pés de obra acima dos 20 anos sofrem para atrair times de ponta.

Rei da América em 2022, o centroavante Pedro do Flamengo, por exemplo, tem 26 anos, porém não consegue retornar depois de jogar Copa do Mundo. Ele tinha 22 quando trocou o Fluminense pela Fiorentina. Bateu e voltou.

Na contramão do etarismo, o Fluminense viu o goleiro Fábio, 42 anos, se tornar um dos protagonistas da vitória por 3 x 1 contra o Olimpia, no Defensores del Chaco, em Assunção. Disputou a final de 2009, com 28 anos, quando era titular do Cruzeiro no vice contra o Estudiantes.

Reinventado como zagueiro pelo técnico Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras em 2020, Felipe Melo pode conquistar a Libertadores pela terceira vez aos 40 anos. Diniz não que abre mão dele ao lado de Nino, 26. A defesa tem laterais trintões: Samuel Xavier (33) e Diego Barbosa (31). O titular na canhota é Marcelo, 35. Ele voltará nas semifinais.

O maestro do meio de campo do Fluminense é Ganso (33). Keno (33) aluga a ponta-esquerda. Artilheiro isolado da Libertadores com nove gols, o argentino Germán Cano é contemporâneo do lateral-esquerdo Marcelo. Nasceram em 1988. Ambos titulares com 35 anos.

A fórmula do sucesso de Diniz inclui doses homeopáticas de juventude. O atacante John Kennedy ostenta o vigor de um garoto de 21 anos. Viu a velocidade e a frieza dele na finalização do primeiro gol tricolor em Assunção? O volante André é um ano mais velho. Ambos formados na fábrica de Xerém. O colombiano Arias está na flor da idade com 25. Todos provavelmente serviriam ao Athletico-PR na temporada passada. O Furacão exibia média de 26,2 anos na decisão de 2022 contra o Flamengo. Porém, faltou experiência. Fernando Diniz não abre mão desta palavra mágica.

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