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Cultura

Artigo: Uma imortal trans

Liniker, a cantora, compositora e atriz paulista, foi a primeira artista trans a ser convidada para fazer parte da Academia Brasileira de Cultura

Liniker de Barros Ferreira, de 28 anos, imortal pela Academia Brasileira de Cultura  -  (crédito: Reprodução/ Instagram/ linikeroficial)
Liniker de Barros Ferreira, de 28 anos, imortal pela Academia Brasileira de Cultura - (crédito: Reprodução/ Instagram/ linikeroficial)
postado em 21/11/2023 06:09

Em um dos versos de Amanhã, clássico de sua obra, Guilherme Arantes escreveu: "Amanhã, mesmo que uns não queiram/ Será de outros que esperam/ Ver o dia raiar..." Embora se observe claras manifestações de descriminação, segregação e intolerância em vários ambientes, aqui e ali, surgem atos e fatos que nos fazem acreditar em mudanças comportamentais relevantes no país.

Um exemplo: Liniker, a cantora, compositora e atriz paulista, foi a primeira artista trans a ser convidada para fazer parte da Academia Brasileira de Cultura. Empossada na última terça-feira, ela ocupará a cadeira nº 51 que pertenceu à eterna Elza Soares.

Lado a lado com Liniker, entre os novos imortais, estavam a escritora, filósafa e ativista Conceição Evaristo (autora do best-seller Pequeno Manual Antirracista), as atrizes Glória Pires, Christiane Torloni e Vanessa Giácomo, o ator Ney Latoraca, as cantoras Alcione e Daniela Mercury, a bailarina Ana Botafogo, a escritora Viviane Mosé e as apresentadoras Fátima Bernades e Luana Xavier. Eles tinham a companhia das ministras Margareth Menezes (Cultura) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas), e de Juna Xpaia, cacique e secretário de Articulação e Promoção dos Direitos Indígenas.

Emocionada, após a posse na sede da ABC, na Cesgranrio (Rio de Janeiro), Liniker foi enfática: "Fundamental para a cultura do nosso país, a abertura desse mapa de diversidade e excelência é um lugar que não pode ser só meu. Esse fato histórico deve ser atualizado constantemente".

Criada há dois anos pelo professor Carlos Alberto Serpa de Oliveira, a Academia Brasileira de Cultura tem como missão reunir personalidades de diferentes setores artísticos e promover a valorização da memória cultural brasileira. Desde a criação, a ABC tem discutido grandes temas que envolvem música, teatro,artes plásticas, televisão e balé.

"Estamos imensamente felizes por ter congregado personalidades da cultura nacional na Academia. Acredito que nossas ideias sobreviverão e florescerão, entrelaçadas e beneficiadas por nossa rica experiência em diversas esferas culturais", celebra Serpa, que preside a instituição.

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