Em meados da década de 1960, sob a influência dos Beatles, surgiu no Brasil um movimento musical denominado Iê ê Iê, versão brasileira do rock internacional, com letras românticas, que se materializou no Jovem Guarda. Era um programa veiculado pela TV Record, sob o comando de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
Voltada para determinada faixa da população, aquela atração televisiva, apresentada aos domingos, a partir das 16h, estreou em 22 de agosto de 1965, caiu no gosto da juventude. Mas fez sucesso também entre outras faixas etárias; e se notabilizou não apenas pelo aspecto musical, mas também por sua característica comportamental. Portanto, não chegou a ser surpresa ter se transformado em líder de audiência no horário.
O Rei, à época, criou e fixou na memória afetiva dos fãs algumas expressões, vistas como gírias, que utilizava no Jovem Guarda. As que mais se popularizaram foram "É uma brasa, mora!" e "É o maior barato!", que significa algo como legal, muito bom. Quem fez parte daquela geração, certamente, recorda-se, e até com saudade.
Numa parceria com a Sony Music, a Som Livre, comemora os 60 anos da Jovem Guarda, que deixou como legado artístico composições de grande sucesso, que se tornaram clássicos — entre os quais, Calhambeque, É proibido fumar, Eu sou terrível, Festa de arromba, Namoradinha de um amigo meu, Parei na contramão e Splish Splash.
Para celebrar a data e o movimento, em setembro, todas essas canções serão disponibilizadas nas plataformas digitais, com interpretações originais. Além delas poderão ser apreciados álbuns marcantes do eterno parceiro de Roberto Carlos — entre os quais,
Pescaria, O Tremendão, Erasmo Carlos e Os Tremendões e Você me acende.
Remasterizadas e remixadas, com curadoria de Marcelo Fróes e engenharia de som de Antônio Franz, essas relíquias ganharam ainda mais brilho, trazendo atualidade às obras do eterno Tremendão.
Ainda sobre o tema: tempos depois, mais precisamente em 1977, Roberto compôs e gravou Jovens tardes de domingo, canção com a qual deixava claro a nostalgia que incorporou. Um dos versos da letra diz: "Eu me lembro com saudade o tempo que já passou/ Mas em mim deixou/ Jovens tardes de domingo/ Tantas alegrias/ Velhos tempos, belos dias".
