Em recente estada no Rio de Janeiro, vivi momentos marcantes relacionados com a música, expressão artística de maior popularidade no âmbito da cultura brasileira que serviu de background para a manifestação que ocorreu em Copacabana e reuniu mais de 40 mil pessoas contra a anistia e a PEC da Blindagem, proposta por deputados federais.
No evento do último dia 21, organizado por movimentos sociais como Frente Brasil Popular e Povo sem Medo, um trio elétrico serviu de palco para receber ícones da MPB, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Djavan, Ivan Lins, Geraldo Azevedo, Lenine, Roberto Frejat, Maria Gadú e Marina Sena, que levaram ao público clássicos das respectivas obras.
Foi emocionante ouvir, ao vivo, canções de grande representatividade, da importância de Cálice, Vai passar, Gente, Reconvexo, Aquele abraço, Foi um rio que passou em minha vida, Dia branco e Começar de novo, acompanhadas em coro pela multidão.
Ainda no Rio, foi um privilégio estar na plateia da Viva Rio, casa de espetáculo localizada ao lado do Museu de Arte Moderna, para assistir ao show com o qual Maria Bethânia comemora 60 anos de carreira, fazendo uma espécie de retrospectiva de sua brilhante trajetória artística. Ela teve ao seu lado uma poderosa banda, que tem como arranjador Jorge Helder, contrabaixista que deu seus primeiros passos na profissão, na década de 1970, em casas noturnas brasilienses.
Foi um deleite ouvir a Abelha Rainha, com a força do seu vozeirão, revisitar canções, criadas por diversos compositores, que ela transformou em grandes sucessos, como Balangandã, Beira mar, Canções e momentos, Diz que fui por aí, Encouraçado, Eu mais ela, Gota de sangue, Mar e Lua, Olha, O lado quente do ser, Podres poderes, Rosa dos ventos, Sete mil vezes e Vera Cruz. Quase ao final do concerto, um coro irrompeu na plateia: "Sem anistia!, Sem anistia!, Sem anistia!".
