Período intenso de chuvas no Distrito Federal requer conscientização na hora do descarte do lixo doméstico

A ação incorreta pode acarretar no acúmulo de resíduos que obstruem os sistemas de drenagem de águas pluviais, contribuindo com a ocorrência de enchentes

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postado em 29/11/2021 00:00 / atualizado em 29/11/2021 10:50
 (crédito:  Getty Images/iStockphoto)
(crédito: Getty Images/iStockphoto)

Os brasilienses já estão podendo desfrutar das chuvas típicas do fim do ano. A umidade fica mais amena, o tempo mais refrescante e os gramados mais verdes, mas existe um problema cotidiano que pode atrapalhar a beleza dos dias chuvosos: as enchentes no Distrito Federal.

Na maioria das vezes, elas acontecem por conta do acúmulo de resíduos sólidos descartados de maneira totalmente incorreta pela população. Infelizmente, o hábito de jogar lixo em locais irregulares ainda é grande no DF. De acordo com dados do SLU - Serviço de Limpeza Urbana, monitorados pela Adasa - Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal, em 2020, foram recolhidas pelo poder público 603 mil toneladas de entulho em logradouros e vias públicas.

O problema gera a acumulação de lixo nas bocas de lobo e galerias pluviais, dificultando o escoamento da água, o que provoca inundações. Cristiane Andrade, moradora da Ceilândia, conta que é comum encontrar ruas alagadas após alguma temporada de chuva na cidade. “A gente até espera passar um pouco porque já sabemos que vai ficar tudo alagado. Fica difícil até para atravessar a pista”, reclama.

Além das questões vistas nas ruas, o problema também atinge os rios, polui o solo e pode, até mesmo, disseminar doenças à população. “Os resíduos sólidos, quando descartados de maneira incorreta, podem causar problemas ambientais e de saúde pública. O acúmulo de resíduos em vias e logradouros públicos atraem vetores de doenças e no período de chuva podem obstruir os sistemas de drenagem de águas pluviais, contribuindo com a ocorrência de enchentes, causando danos ao patrimônio público e de particulares”, explica a agência reguladora de água, energia e saneamento básico.

Por esses motivos, é importante que os cidadãos armazenem adequadamente os resíduos sólidos gerados em suas residências e os disponibilizem para coleta pelo Serviço de Limpeza Urbana - SLU nos dias e horários divulgados. No caso de grandes volumes de restos de lixo da construção civil, a responsabilidade fica por conta de empresas responsáveis pela coleta, transporte e destinação final, em ambiente adequado. Este serviço deve ser prestado por transportadoras cadastradas no sistema do SLU.

Já os pequenos volumes de resíduos da construção civil (até 1m3), podem ser deixados gratuitamente nos Papa-Entulhos operados e mantidos pelo SLU. Outros objetos como móveis velhos, restos de poda, materiais recicláveis e óleo de cozinha usado também podem ser deixados no espaço feito especialmente para coletar esse tipo de material. Atualmente, o DF possui 12 pontos de entrega espalhados pelas regiões da Ceilândia, Taguatinga, Brazlândia, Gama, Guará, Planaltina, Santa Maria, Águas Claras e Plano Piloto.

O descarte consciente evita enchente

A fim de provocar no cidadão a importância que se deve ter no cuidado com o descarte do lixo, a Adasa - Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal, está promovendo a campanha “o descarte consciente evita enchente".

A ação pretende mostrar que se o brasiliense não tiver cuidado, o lixo que ele joga nas ruas poderá retornar para a sua porta com as enchentes, bem conhecidas no período de chuvas fortes. “O seu comportamento é fundamental para o pleno funcionamento do sistema de drenagem”, afirma a Adasa.

Atualmente, o sistema de drenagem urbana do DF é do tipo convencional, composto de bocas de lobo e grelhas que captam a água pluvial, além de tubulações, galerias e poços de visita. Esse sistema possui reservatórios de qualidade e em quantidade adequada para reter sedimentos e resíduos quaisquer, além de equilibrar a quantidade de água em cursos pequenos, dissipando a energia para reduzir a velocidade da água próximo a saída, evitando erosões e o lançamento final em córregos, rios e riachos.

Entretanto, essa eficiência depende da qualidade da coleta de resíduos sólidos, do serviço de varrição urbana e, principalmente, do comportamento da população no descarte do lixo e outros resíduos. Por isso, a Adasa reforça que é fundamental o trabalho coletivo no combate à enchente e a transmissão de doenças, principalmente no período intenso de chuvas que o Distrito Federal enfrenta.

Teste seus conhecimentos abaixo e descubra se você está preparado para o período de chuvas em Brasília.

Texto escrito pela jornalista Suzanny Costa

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