Desde o início da pandemia, saúde do DF soma mais de 1.000 novos leitos hospitalares

Após o aumento do número de casos de covid-19 na capital, o governo teve que adaptar hospitais e aumentar o número de leitos para conseguir atender a população

Apresentado por  
postado em 26/07/2021 12:47 / atualizado em 09/09/2021 13:00
 (crédito: Joel Rodrigues / Agência Brasília)
(crédito: Joel Rodrigues / Agência Brasília)

Com o objetivo de atender ao crescente número de pessoas contaminadas com a covid-19, a soma dos leitos disponibilizados pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), desde o início da pandemia até o momento, chegou à marca de 1.000 novos leitos. O alcance do número foi possível devido ao Plano de Mobilização de leitos realizado pela pasta para regular gradualmente a quantidade e a necessidade das camas hospitalares.

A covid-19 é uma doença que demanda um longo tempo de internação em UTI, elevando os índices de ocupação hospitalar na medicina intensiva. Segundo o último balanço feito ao final de 2020, em dezembro, o pico alcançado havia sido de 761 leitos, no entanto, com a continuação da pandemia do coronavírus, este número aumentou.

Em março de 2020, no início da pandemia, a Secretaria de Saúde fez três projeções de aberturas de leitos. Elas variaram de 700 a mil suportes públicos e privados. O número de leitos oscilou de acordo com o aumento ou redução dos casos de covid-19, bem como com a abertura ou encerramento de hospitais de campanha.

Segundo a pasta da saúde, “há leitos nas redes pública e privada. Na privada eles são contratados e o governo pode utilizá-los pois paga por eles. Os contratos foram feitos pela Secretaria de Saúde e a Novacap também apoiou na construção dos hospitais de campanha”. Atualmente, nas coletivas da Saúde, o governo tem afirmado que sobram leitos de UTI, mas que há uma fila pequena que ocorre por detalhes técnicos, e não pela falta de leitos.

 

Como funciona a distribuição de leitos

Com o início da pandemia, a estratégia utilizada pela Secretaria para atender os crescentes casos de contaminação com o novo coronavírus foi a de separar leitos especificamente para atender pacientes acometidos pela covid. A reserva de leitos obedeceu ao Plano de mobilização de leitos covid-19 no Distrito Federal, de acordo com as fases de ativação, hospital por hospital.

De acordo com a Secretaria de Saúde, os novos leitos foram utilizados e instalados no Hospital de Base; Hospital da Criança de Brasília; hospitais de campanha (Mané Garrincha, Anísio Teixeira (Ceilândia), Autódromo (Plano Piloto), Bezerrão (Gama), PMDF e Ceilândia (ao lado da UPA); hospitais regionais e os hospitais acoplados (Ceilândia e Samambaia), HUB, além dos leitos contratados na rede privada.

Segundo Osnei Okumoto, secretário de Saúde do DF, o Distrito Federal vem apresentando queda nas internações em leitos de UTI e com suporte ventilatório, um reflexo da vacinação contra a covid-19 na capital. “A média móvel de óbitos por covid reduziu muito no DF, como no país todo. Estou satisfeito em dizer que o SUS resolve o problema da população”, afirma Okumoto.

A quantidade de leitos reservados ou contratados apenas para atender pacientes com covid variou ao longo do último ano, esse número varia de acordo com o aumento ou diminuição de casos da doença, ou seja, de acordo com a necessidade da população. “Atualmente, direcionado apenas para o tratamento de contaminados com a covid-19, o DF dispõe de 851 leitos no total, sendo 422 leitos de UTI (253 bloqueados, 135 ocupados e 34 vagos)”, informou a pasta.

 

Retrospectiva

A eficiência na gestão de leitos hospitalares é um quesito de extrema importância. Em um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos primeiros meses da pandemia, que calculou a distribuição de leitos de UTIs (unidades de terapia intensiva), respiradores, médicos e enfermeiros por unidades da federação e regiões consideradas referências em atendimento de saúde de baixa e média complexidade, o DF obteve destaque. De acordo com os dados comparados, “em 2019 o Distrito Federal possuía o maior número de leitos de UTIs do país, fundamentais para o atendimento de pacientes graves com Covid-19. Nas unidades de saúde da capital federal, o índice foi de 30 leitos por 100 mil habitantes. Os dados foram gerados em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)”, anunciou o órgão.

 

Liberação de leitos covid

Devido ao aumento da oferta de vagas de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e a queda de internações de pacientes com covid-19 o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou no final do mês de junho o início da liberação de leitos para os casos de cirurgias eletivas. A ação começou nos hospitais regionais de Sobradinho (HRS) e Ceilândia (HRC).
Segundo dados da Secretaria de saúde, devido a gravidade dos casos de covid-19, no dia 29 de junho de 2020 o GDF publicou o decreto do estado de calamidade pública. As cirurgias eletivas chegaram a ficar suspensas durante quatro meses, sendo autorizadas apenas cirurgias de urgências, oncológicas, de transplantes, cardiovasculares e as judicializadas. Os procedimentos cirúrgicos foram retomados gradativamente em outubro de 2020, chegando a ser liberados na sua totalidade em fevereiro deste ano. Apenas em maio de 2020, o GDF realizou cerca de 3 mil procedimentos cirúrgicos.

“A Secretaria de Saúde (SES) vem registrando queda nas internações de idosos nas unidades de terapia intensiva (UTIs) da rede pública. Os dados contabilizados até o dia 2 deste mês de julho mostram que todas as faixas etárias acima de 60 anos apresentaram queda a partir de maio. A redução está associada diretamente ao início do processo de vacinação no Distrito Federal”, comunicou a pasta em nota.

De acordo com o último levantamento de dados da Secretaria, até esta sexta-feira (23/07), 56,93% dos leitos destinados a pacientes com covid estavam ocupados. Na mesma data, a taxa de ocupação de leitos de UTI era de 79,88%. Além disso, há 31 pessoas com suspeita ou confirmação da covid-19 na lista de espera por um leito de UTI no DF. O número, entretanto, já foi maior e chegou a ficar com mais de 300 nomes em março.

Desde o início da pandemia até este domingo (25/07), o Distrito Federal já registrou o total de 445 mil casos de contaminação por covid-19, 429 mil recuperados e 9.548 mortes. Entre sábado e domingo, foram registrados 759 novos casos da doença. A média de contaminação diária dos últimos sete dias ficou em 596 casos.

 

Escrito por: Sarah Paes

 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação