Qualidade e segurança no cuidado

No ano de seu centenário, Sírio-Libanês comemora uma década em Brasília com acreditação pioneira no centro-oeste, como um dos hospitais mais seguros do mundo.

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postado em 29/11/2021 00:00
 (crédito: Acervo Sírio Libanês)
(crédito: Acervo Sírio Libanês)

O que garante a segurança de um paciente, seja na visita em forma de consulta, seja como “hóspede” temporário internado num hospital? O Sírio-Libanês tem a resposta. Acreditado pela Joint Commission International (JCI) de forma pioneira na Região, o Hospital Sírio-Libanês em Brasília é um dos mais seguros do mundo no tratamento a pacientes. Reconhecimento que coroa os 10 anos de atuação da instituição centenária no Distrito Federal, agora com cinco unidades – dois Centros de Oncologia, um Centro de Medicina Diagnóstica, um Centro de Especialidades para consultas médicas e um Hospital geral.

A honraria, trazida para o Centro-Oeste pela presença da única unidade hospitalar do Sírio-Libanês fora de São Paulo, tem muito significado. Por exemplo: do total de pacientes internados em todo o mundo, cerca de 17% são acometidos por algum evento adverso, uma ocorrência perigosa que causa danos ao paciente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Institute for Healthcare Improvement (IHI).

Assim, a acreditação da JCI é uma garantia de que o Sírio-Libanês passe longe desse tipo de estatística perversa. É a comprovação de que rígidos padrões de qualidade e protocolos de segurança são cumpridos em suas dependências, para pacientes, acompanhantes, médicos e colaboradores. Isso porque a acreditação está além da certificação. A certificação, geralmente, tem o objetivo de alinhar boas práticas de gestão, padronizando processos para redução de riscos. Já para a acreditação, a instituição precisa atestar sua competência técnica na prestação de um serviço, conforme rígidos protocolos e requisitos técnicos internacionais. Deve se submeter a testes de capacidade sobre o que se dispõe a fazer.

“Imagine os inúmeros procedimentos antes de um avião a jato decolar. O exame minucioso de segurança, que hoje baliza um hospital, é muito semelhante. A checagem repetida de vários sistemas e pequenos detalhes, os protocolos e checklist, tudo igual. No passado, a Saúde sempre foi uma área mais fechada. Mas, atualmente, uma intervenção cirúrgica é tão segura quanto voar”, compara o oncologista Gustavo Fernandes, diretor-geral do Sírio-Libanês em Brasília.

(foto: Acervo Sírio Libanês)


Excelência hereditária

A JCI é a principal acreditação no âmbito global sobre segurança e qualidade de serviços de Saúde. Sistema que surgiu em 1923, quando ginecologistas canadenses, preocupados com a mortalidade materna, desenvolveram o primeiro manual de padronização sobre a qualidade do sistema de saúde. A JCI é uma organização nãogovernamental americana, que se dedica à acreditação de padrões de qualidade hospitalar desde 1994, com critérios focados no respeito aos direitos de pacientes e familiares, busca de indicadores internacionais de segurança, acesso ao tratamento e continuidade, gerenciamento de fármacos, capacitação da equipe, gerenciamento de prontuários, listando mais de mil itens sob avaliação, durante dois anos. Cria protocolos. Repete a verificação a cada três anos.

Um exemplo de protocolo de segurança dentro do hospital pode ser evitar a administração equivocada de medicamentos. O paciente “A” receber, por engano, a medicação prescrita para o paciente “B”. Fernandes explica que seguir o protocolo significa, pelo menos, duas pessoas checarem o remédio, a dosagem, o nome a idade do paciente, à beira do leito, e com suporte de identificação inequívoca de código de barras. Tudo escrito. Documentado. Para responsabilização, se necessário. “Esse é um erro que caiu muito”, diz, citando ainda a importância do fator humano – se um profissional de Farmácia do hospital percebe a prescrição de uma dosagem “anormal”, é obrigado a intervir e impedir a continuidade da ação equivocada.

“É claro que é preciso ter argumentos técnicos, numa situação assim. Mas com a checagem, as pessoas são treinadas a repetir, repetir e ter autoridade para parar o procedimento errado. Não existe hierarquia quando se trata de segurança”, conta o diretor. “O resultado é que o número de ocorrências adversas se reduz brutalmente”.

A excelência e a qualidade dos procedimentos do Sírio-Libanês foram reconhecidas várias vezes pela JCI, colocando a unidade hospitalar de São Paulo, e agora também a de Brasília, entre um grupo seleto, no Brasil e no mundo. Dados de 2020 apontavam que, no país, são apenas 35 instituições, 23 hospitais e três serviços de atenção domiciliar acreditados pela JCI. Na região Centro-Oeste, o Hospital Sírio-Libanês foi o primeiro. Instituições que passaram pelo processo de acreditação possuem, necessariamente, gestões de qualidade atuantes em todos os processos. Desde 2007, o Sírio-Libanês em São Paulo recebe essa acreditação, de forma que a unidade de Brasília já nasceu qualificada.

 Robô Da Vinci
Robô Da Vinci (foto: Acervo Sírio Libanês)

Seriedade e rigor

“Você se achar bom é importante, mas o essencial é você ser reconhecido de fora, por outras instituições”, comenta Gustavo Fernandes. “O Sírio-Libanês é acreditado pela JCI, empresa mais prestigiosa desse setor. Eu era residente em São Paulo quando da primeira acreditação. E, aqui, a gente já nasceu com esses padrões. E, em mais de mil e quinhentos itens avaliados, atingimos conformidade em todos, parcial em 30 e não fomos não conformes em nada”, explica o médico.

É que, para receber a acreditação, é necessário que o serviço de saúde siga as APRs (Accreditation Participation Requirements), que definem quais são as exigências. E estar em conformidade com o que seja solicitado para submeter à avaliação. Ao longo do processo, o hospital recebe um conforme ou não conforme em relação à APR. Sempre que houver uma não conformidade, é exigida a correção. “O nível de seriedade, o rigor, os protocolos, o checklist, isso tudo se manifesta no dia a dia, em cada área. A cada vez, o manual vai ficando mais duro, mas tudo para que a segurança dos pacientes venha em primeiro lugar”, explica Fernandes.

Caminha junto com o rigor técnico, o calor humano. O diretor-geral define o Sírio-Libanês como uma instituição “cuidadosa, relacional, amorosa, gente cuidando de gente”, fatores entranhados na natureza do hospital, que está completando um século. Em 28 de novembro de 1921, um grupo de senhoras da colônia sírio-libanesa, reunidas na casa de Adma Jafet, começou a planejar a construção de um hospital filantrópico, em retribuição ao acolhimento que haviam recebido em São Paulo. Nascia, então, a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, nome ainda atual da instituição.

(foto: Acervo Sírio Libanês)


Atendimento completo

A vinda para o DF se deu em 2011, com a inauguração do Centro de Oncologia Sírio-Libanês na 613 Sul. Depois, foi lançado o Centro de Oncologia no Lago Sul, ambos com consultórios médicos, acompanhamento por especialistas e tratamentos como quimioterapia e radioterapia. Em 2016 foi inaugurado o Centro de Medicina Diagnóstica, especializado em exames de imagem de excelência.

Em 2019 foi a vez do hospital geral, com estrutura completa e de ponta, incluindo robô Da Vinci para operações robóticas e uma sala com Ressonância Intraoperatória, que permite a realização de exames de imagem de precisão durante a cirurgia, podendo mostrar, por exemplo, em tempo real e além do que é possível ver a “olho nu” durante o procedimento, se a retirada de um tumor de câncer foi completa.

O Sírio-Libanês oferece também um Pronto Atendimento 24h, com todas as especialidades médicas para atendimento de emergência. Avaliação, exames clínicos, laboratoriais e de imagem, incluindo ressonância magnética e equipamentos de hemodinâmica – que permitem precisão em diagnósticos de imagem em tempo real do sistema circulatório para casos de AVC e infarto, por exemplo. Em 2020 foi inaugurado o Centro de Especialidades Médicas Sírio-Libanês, no complexo Vitrium, da 614 Sul, ofertando a possibilidade de consultas médicas em mais de 30 especialidades.

Todas as cinco unidades do Sírio-Libanês em Brasília são integradas digitalmente, e todos os casos são analisados por equipes multidisciplinares. Para Gustavo Fernandes, a acreditação JCI conferida ao Sírio-Libanês é uma recompensa ao trabalho acurado da primeira década da instituição de Saúde no DF.

“Quando a gente traz um reconhecimento como esse para o Centro-Oeste, estamos meio que mobilizando todo o mercado na direção de procedimentos técnicos de boa segurança para o paciente”, declara o médico.

As unidades de Brasília funcionam em sintonia com o Sírio-Libanês em São Paulo. O mesmo padrão de excelência reconhecido em 100 anos de história une as equipes da capital paulista e de Brasília. O diretor-geral da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, Dr. Fernando Ganem, resume o sentimento que brota das celebrações do centenário da instituição, dos 10 anos de presença em Brasília e da acreditação da JCI para o hospital na capital federal, exatamente em um momento tão desafiador para a área da Saúde quanto o da pandemia de Covid-19: “estamos celebrando diversas conquistas e a superação de muitos desafios, que nos permitiram chegar aonde estamos hoje, como um dos grandes centros de cuidado, ensino e pesquisa médica e científica do mundo”.

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