Preso por corrupção, Baldy alegou o mesmo crime para impeachment de Dilma

Atual secretário de Transportes do governo de São Paulo era deputado federal por Goiás na ocasião do afastamento do cargo da então presidente

Correio Braziliense
postado em 06/08/2020 15:03
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

Preso nesta quinta-feira (6/8) por suspeita de corrupção, o secretário de Transportes do Governo de São Paulo, Alexandre Baldy, votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. “Agradeço a Deus por ter a oportunidade de ajudar o meu povo a limpar esse país de mazelas, corrupção e malfeitos”, alegou na época.

Baldy foi deputado federal por Goiás na Legislatura 2015-2019, mas licenciou-se do cargo para assumir o Ministério das Cidades em 2017, na gestão Michel Temer (MDB), que assumiu o lugar de Dilma após o processo de afastamento.Ele é secretário de João Doria (PSDB) desde de janeiro do ano passado.

Baldy foi preso temporariamente no âmbito de uma investigação que é desdobramento da Lava-Jato. Deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), a Operação Dardanarios está cumprindo 11 mandados de busca e apreensão (em SP, Rio, Goiás e Distrito Federal) e seis mandados de prisão temporária.

A investigação apura pagamento de vantagem indevida a uma organização criminosa que intermediava contratos em diversas áreas, em especial a da Saúde. Ela é um desdobramento das operações Fatura Exposta e SOS, relativas a desvios de recursos no Rio que eram repassados para a organizacao social Pro-Saude. Os suspeitos responderão pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Dinheiro no Lago Sul



Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os agentes da Polícia Federal encontraram R$ 90 mil em espécie em uma residência no Lago Sul. De acordo com informações obtidas pelo Correio, junto a fontes que atuam nas investigações, o endereço é ligado ao secretário. 

A assessoria de Baldy chamou a prisão de "desnecessária e exagerada". Em nota, afirmou que o ex-ministro das Cidades no governo do ex-presidente Michel Temer, "tem sua vida pautada pelo trabalho, correção e retidão."

"Foi desnecessário e exagerado determinar uma prisão por supostos fatos de 2013, ocorridos em Goiás, dos quais Alexandre sequer participou. Alexandre sempre esteve à disposição para esclarecer qualquer questão, jamais havendo sido questionado ou interrogado, com todos os seus bens declarados, inclusive os que são mencionados nesta situação. A medida é descabida e as providências para a sua revogação serão tomadas", diz o texto.

 

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