Após prisão, secretário de SP está afastado do cargo a partir desta sexta

Alexandre Baldy pediu na última quinta-feira afastamento do governo de João Doria para cuidar de sua defesa. Ele foi preso em investigação que apura pagamento de propina em troca de intermediação em contratos

Sarah Teófilo
postado em 07/08/2020 10:27 / atualizado em 07/08/2020 10:34
 (crédito: Lúcio Távora/MCidades)
(crédito: Lúcio Távora/MCidades)

O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, está afastado do cargo no governo de João Doria (PSDB) a partir desta sexta-feira (7/8). Ele pediu, nessa quinta-feira (7/8), o afastamento da função para se concentrar exclusivamente na defesa. A pasta passa a ser comandada temporariamente pelo secretário-executivo, Paulo Galli.

Baldy foi preso temporariamente em operação da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) que apura pagamento de propina em troca de intermediação em contratos, em especial da Saúde. Na investigação, o MPF apontou que em uma reunião em sua casa em Goiânia, teria sido negociada uma propina de R$ 500 mil a Baldy, que requisitou o valor como caixa 2 de sua campanha a deputado federal, em 2014, em contrapartida de ajudar a regularizar o pagamento à organização social (OS) Pró-Saúde em um contrato em Goiás.

A investigação também cita um pagamento de propina de R$ 900 mil ao ex-deputado federal, que teria relação com um contrato da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e R$ 250 mil para Rodrigo Dias, primo de Baldy e ex-presidente da Fundação Nacional da Saúde (Funasa).

No pedido das medidas cautelares, o MPF apontou detalhes de supostas entregas de propina. Uma delas, segundo investigação, foi registrada em imagens que mostram o dinheiro em uma caixa de gravatas. O valor teria sido entregue, segundo o MPF, a Rodrigo, em outubro de 2018. Os procuradores citaram que a imagem merecia destaque porque "explicita de maneira indelével a desfaçatez das entregas de valores em espécie".

Segundo o MPF, Baldy indicou o primo à presidência da Funasa em 2016. Rodrigo também já atuou no gabinete parlamentar na época em que Baldy era deputado federal. No ano passado, ele foi nomeado diretor administrativo e financeiro da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de São Paulo, com Baldy já no cargo de secretário de Transportes. Rodrigo já foi também presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no governo de Jair Bolsonaro.

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