Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 08/08/2020 00:57 / atualizado em 08/08/2020 01:01

Um teste para o “teflon” de Bolsonaro

Entre fiéis aliados do Planalto não há dúvidas: os depósitos na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, por Fabrício Queiroz e sua esposa, Márcia, divulgados pela revista Crusoé, trarão um desgaste político para o presidente da República. Em especial, porque Michelle pode, inclusive, ser chamada a dar explicações sobre esses recursos, uma vez que não está blindada pela imunidade de investigação por atos fora do mandato presidencial que vale para Jair Bolsonaro.
O receio, entretanto, é de que ele também seja chamado a depor para esclarecer os depósitos na conta da esposa. Até porque, o valor divulgado pela revista, R$ 89 mil, difere do empréstimo de R$ 40 mil que Bolsonaro disse ter feito a Queiroz no passado. A demora do governo em apresentar uma justificativa plausível para essa diferença e esses depósitos contribui para o desgaste.

Vale lembrar que, até aqui, Bolsonaro tem passado ao largo desse episódio das rachadinhas da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Inclusive, a última pesquisa da XP Investimentos revelou que apenas 8% dos entrevistados consideraram que o presidente poderia ter qualquer relação com o caso, enquanto as desconfianças de um possível envolvimento do senador Flávio Bolsonaro chegavam a 60%. Agora, é acompanhar os números e verificar como será a percepção da população a respeito. O “teflon” presidencial tem, agora, um teste de fogo.

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Salvou a lavoura

A ação de Roberto Jefferson ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a reeleição dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, foi comemorada pelos amigos do senador. Assim, eles estão livres de ter de fazer essa consulta ao Judiciário.

Tempo de bondades

Hoje, não tem um deputado na Câmara disposto a acabar com o auxílio emergencial, sem que haja uma renda básica garantida e que seja num valor próximo aos R$ 600. Se a renda básica ficar ali quase igual ao Bolsa Família, a tendência dos parlamentares é de subir o valor. E, quanto mais próximo da eleição, maior será o benefício.

Ajuda aí

O governo vai tentar convencer governadores e prefeitos a ajudarem na defesa do imposto sobre transações eletrônicas. É que, com a pandemia da covid-19, a queda de arrecadação com serviços, por exemplo, deve ser grande no ano que vem. Só tem um probleminha: prefeitos têm campanha neste ano. Eleição e defesa de novos impostos não combinam.

CURTIDAS

 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 18/6/20                            )
crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 18/6/20

Ufa, escapou/ O teste de coronavírus da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (foto), deu negativo. Ela está em isolamento há oito dias, desde que saiu o resultado positivo da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Foi um alívio geral no ministério.

Por falar em covid.../ A campanha do governo federal em relação às ações de combate à pandemia de covid-19 indica que o Poder Executivo está sentindo o tranco, em relação à alta de uma diretriz nacional em relação à doença.

Covid-19/ Entre os políticos, a maioria comenta que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta avisou que o país teria dias muitos difíceis em junho e que a situação, talvez, melhorasse em setembro. Falou-se muito da necessidade de cuidar das pessoas para evitar as mortes. O governo ficava uma arara com esses cálculos. Agora, diante da situação de quase 100 mil mortes, resta rezar para que Mandetta esteja certo e a situação melhore em setembro.

Você acredita?/ Ao parar num posto da Polícia Rodoviária Federal à beira da estrada, ontem, em São Vicente, e acenar para caminhoneiros que passavam, o presidente, lá pelas tantas, saiu-se com esta: “Tô em campanha, não, hein?”

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