Bolsonaro diz que tem 'tolerância zero' para crimes ambientais na Amazônia

Em videoconferência com presidentes de países da Amazônia, chefe do Executivo destaca que 'combater ilícitos é essencial para a preservação da nossa Amazônia'

Augusto Fernandes
postado em 11/08/2020 16:25 / atualizado em 11/08/2020 16:25
 (crédito: Isac Nóbrega/PR)
(crédito: Isac Nóbrega/PR)

Durante reunião virtual nesta terça-feira (11/8) com representantes dos países que são abrangidos pela Floresta Amazônica, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal tem “tolerância zero” com a ocorrência de crimes ambientais na região. Segundo ele, “combater ilícitos é essencial para a preservação da nossa Amazônia”.


“Desde setembro do ano passado temos lutado com firmeza no maior combate ao desmatamento ilegal e aos crimes ambientais. No Brasil, criamos até uma operação denominada Verde Brasil com participação ativa das forças armadas. Nosso empenho é grande, é enorme no combate aos focos de incêndio e ao desmatamento”, garantiu Bolsonaro.


Apesar das declarações do presidente, informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na semana passada revelaram que o desmatamento na Amazônia cresceu 34% entre agosto de 2019 e julho de 2020 na comparação com mesmo o intervalo anterior. De acordo com o instituto, a área de floresta desmatada na Região Amazônica que foi de 6.844 mil km² entre agosto de 2018 e julho de 2019 subiu para 9.205 km² nos últimos 12 meses.


Em julho deste ano, o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), sistema utilizado pelo Inpe para controlar a degradação da Floresta Amazônica, registrou 1.654,32 km² de área desmatada na Amazônia. O índice é 28% menor do que o contabilizado em julho do ano passado, que foi de 2.255,33 km², mas é o segundo maior já registrado pelo Inpe.


No seu discurso aos demais presidentes, Bolsonaro ressaltou apenas a diminuição do desmatamento registrado no mês passado. “Em julho deste ano, levando em conta julho do ano passado, nós registramos uma diminuição de 28% de desmatamento ou queimadas na região, mas mesmo assim somos criticados. Afinal de contas, o Brasil é uma potência no agronegócio. Ameaças existem sobre nós o tempo todo. E, lamentavelmente, alguns poucos brasileiros trabalham contra nós nessa questão.”


O presidente brasileiro ainda garantiu que quem sobrevoar um trecho da Amazônia não vai ver nenhum foco de incêndio ou de desmatamento. O mandatário voltou a falar que a Floresta Amazônica é úmida e não pega fogo.


“Em toda reunião que tenho com embaixadores de outros países que têm desejo e interesse na amazônia, eu os tenho convidado, por exemplo, na época do ano em que assim eles bem entenderem, a sobrevoar comigo, dentro do avião da força aérea. Pode ser um Bandeirantes. Por exemplo, entre as regiões de Boa Vista e Manaus, em aproximadamente 600 km eles não acharão nenhum foco de incêndio, nenhum quarto de hectare desmatado, porque essa floresta é preservada por si só”, destacou.


O encontro de Bolsonaro com os demais pares da América do Sul marcou a 2ª Cúpula Presidencial do Pacto de Letícia, que coordena a preservação dos recursos naturais da região Amazônica. Estiveram na videoconferência o presidente da Colômbia, Ivan Duque; do Peru, Martín Vizcarra; da Bolívia, Jeanine Añez Chávez; e do Equador, Lenín Moreno. O embaixador da Guiana Francesa no Brasil, e George Talbot, e o embaixador do Suriname no Brasil, Marlon Mohamed Hoesin, também participaram.

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