A hora da verdade
A fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, em prol da manutenção do teto de gastos, prometendo, inclusive, brigar contra quem se posicionar em sentido contrário, é lida até dentro do governo como um recado direto ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Marinho defende a ampliação do gasto e recursos para infraestrutura como forma de alavancar o crescimento para sair da crise. Não chega a pregar a irresponsabilidade fiscal, mas está numa posição bem diferente de Guedes.
O árbitro dessa disputa será o presidente Jair Bolsonaro, que, até aqui, entregou toda a política econômica de seu governo nas mãos de Guedes, e não deu sinais de que fará diferente. Resta saber se Bolsonaro vai se manter nessa posição ou ceder àqueles que, segundo o próprio Guedes, querem levar o presidente a uma “zona sombria, das incertezas, do impeachment”. Essa é a batalha do momento.
Lastro I
O aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao teto de gastos e sua presença ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, afastou leituras de que o governo abrirá mão da gestão fiscal e de um estado mais leve.
Lastro II
O mercado também entendeu que o ministro terá os votos para aprovar, ao menos, parte das propostas enviadas ao Congresso. Para completar, a presença do deputado Arthur Lira (PP-AL) teve a leitura de que o Centrão também apoiará algumas medidas.
Primeira prova
A votação dos vetos presidenciais, hoje, é visto como um dos grandes testes para o governo Bolsonaro. O Planalto até aceita deixar derrubar aqueles relativos às dívidas do setor rural, mas não admite rever os vetos à desoneração da folha de pagamentos, nem ao marco regulatório do saneamento.
Cada um com o seu MDB
Da mesma forma que, em seu tempo de presidente, Lula se aproximou do ex-presidente José Sarney e fez dele seu conselheiro, Bolsonaro tem agora laços com Temer. Muitos apostam que, dessa aproximação, pode sair um olhar mais simpático do governo à candidatura de Baleia Rossi (SP) para a sucessão de Maia.
CURTIDAS
Perdoar, jamais/ Os petistas não se esquecem do impeachment da presidente Dilma Rousseff e, sempre que podem, alfinetam Temer. Ontem, por exemplo, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP, foto) saiu-se com esta: “O primeiro-ministro do Líbano, quando soube que o Temer iria representando o Bolsonaro, já pediu demissão para se antecipar a articulação golpista”.
E vem mais/ A ordem é aproveitar a campanha municipal para explorar todas as compras em dinheiro feitas por parentes do presidente, sejam filhos ou a ex-mulher, Rogéria, mãe dos filhos parlamentares do presidente. Nessa linha, a primeira-dama Michelle Bolsonaro já é chamada pelos petistas de “Micheque”.
Incógnita/ Depois que o jornalista José Luiz Datena recusou o convite para compor a chapa do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, à reeleição, o governador João Doria responde assim quando alguém lhe pergunta quem ocupará essa posição: “Nem o Bruno sabe”.
O “bolhão” do futebol/ A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) forçou uma volta dos jogadores aos campos e, agora, alguns times estão paralisados pela covid-19. Nos Estados Unidos, por exemplo, as estrelas da NBA voltaram aos ginásios, na “bolha” da Disney, em Orlando. Por aqui, não houve esse cuidado.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.