Bolsonaro pede 'patriotismo' ao mercado financeiro e critica 'vazamento' de informações

Presidente fez a declaração durante live realizada nas redes sociais, nesta quinta-feira (13)

Ingrid Soares
postado em 13/08/2020 22:37 / atualizado em 13/08/2020 22:37
 (crédito: Agência Brasil/Divulgação)
(crédito: Agência Brasil/Divulgação)

Em live nas redes sociais na noite desta quinta-feira (13/08), o presidente Jair Bolsonaro pediu “patriotismo” ao mercado financeiro. O chefe do Executivo comentou sobre o teto de gastos e ainda criticou a reação do mercado diante do que caracterizou como “vazamento” de informações.

“Foi uma discussão de pauta que resolvemos não levar adiante. Mas alguém vazou e todo mundo apanhou, eu apanhei nessa questão. O mercado reage, dólar sobe, a bolsa cai. Mas o mercado tem que dar um tempinho também, né? Dar um tempinho também, um pouquinho de patriotismo não faz mal a ele, não ficar aí aceitando essa pilha”, apontou.

No entanto, Bolsonaro admitiu que houve uma articulação dentro do governo para que o Executivo aproveitasse o chamado orçamento de guerra, medida que flexibilizou os gastos públicos deste ano para garantir mais recursos especificamente para o combate à covid-19, para poder investir em obras públicas.

"A ideia de furar o teto existe, o pessoal debate, qual é o problema? Na pandemia, temos a PEC de Guerra, nós já furamos o teto em mais ou menos R$ 700 bilhões. Dá para furar mais R$ 20 bilhões? Se a justificativa for para o vírus, sem problema nenhum. 'Ah, nós entendemos que água é para essa mesma finalidade'. E a gente pergunta: 'E daí? Já gastamos R$ 700 bilhões, vamos gastar mais R$ 20 bi ou não?' Daí, o Guedes fala: ‘está sinalizando para a economia e para o mercado que está furando o teto e está dando um jeitinho", disse o presidente.

A fala é diferente do discurso de Bolsonaro na quarta-feira (12/8), quando ele disse que o “norte” da sua gestão é a responsabilidade fiscal e o teto de gastos. O presidente agiu depois de Guedes reclamar na terça-feira (11/8) que o governo tem alguns “ministros fura-teto”, que estariam induzindo Bolsonaro a desrespeitar a austeridade fiscal para investir mais dinheiro público em obras.

 

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